O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A divergência sobre a fila de espera para atendimentos em Porto Alegre motiva um embate entre o secretário da Saúde, Fernando Ritter, e a campanha de Juliana Brizola (PDT). No centro das discussões, está o prazo para marcar consultas especializadas e cirurgias na Capital.
A contenda começou quando Juliana citou, em um debate o caso de uma mulher que aguarda há quatro anos por cirurgia no joelho e prometeu um mutirão para zerar em seis meses a fila de espera para consultas e procedimentos.
Em resposta, Ritter gravou vídeo alegando que o tempo de espera para a cirurgia ortopédica seria de um ano e meio e que a promessa de acabar com a fila em seis meses é impraticável.
Na intenção de desmentir o secretário, o candidato a vice de Juliana, Thiago Duarte (UB), lançou mão de um documento que mostra a cirurgia de joelho de uma idosa marcada para 2031.
À coluna, Ritter garantiu que o caso é "fora da curva" e que o tempo de espera é definido pelas equipes de saúde, após avaliação dos pacientes. O secretário reiterou que terminar com a fila de especialidades em seis meses é inviável, já que a Capital está sobrecarregada com pacientes provenientes da Região Metropolitana.
— Reconhecemos que há problemas, mas essa promessa é vender ilusões. Lançamos o Agiliza Saúde para ampliar o atendimento e nem conseguimos usar todo o recurso por falta de estrutura física.
Thiago reitera o compromisso da campanha, diz que o caminho para terminar com a espera de pacientes é usar espaços ociosos em hospitais particulares e garante que o caso apresentado por ele não é isolado.
— Hoje em Porto Alegre a fila para consultas e cirurgias tem 132 mil pessoas. Eles não sabem como fazer e não tem diálogo com os médicos. Que aguardem, pois vamos mostrar outras situações, algumas em circunstâncias ainda piores — promete o candidato.