O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O governo federal estuda a implementação de um auxílio a empresas atingidas pela enchente para evitar demissões de trabalhadores no Rio Grande do Sul. Em visita a Muçum, no Vale do Taquari, neste domingo (2), o ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, disse que vai "acelerar as discussões" sobre o assunto ao longo desta semana.
Uma política com esse viés está no topo da lista de prioridades indicadas pelo governo do Estado ao governo federal e também foi solicitada pessoalmente ao ministro pelo prefeito de Muçum, Mateus Trojan.
—Muçum e outros municípios do Vale do Taquari precisam desse olhar para superar esse novo evento e para que as pessoas tenham motivação de permanecer aqui. Caso contrário, teremos uma evasão em massa, um empobrecimento da cidade e um futuro que não será promissor — justificou Trojan.
Pimenta lembrou que o governo Lula já anunciou diferentes linhas de crédito a juros baixos para o setor produtivo e disse que participaria de uma nova reunião nesta segunda-feira (3) para tratar do tema com o Ministério do Trabalho.
—Completamos 30 dias (da enchente), muitas empresas não abriram durante todo o mês de maio, ainda estão sem água, sem luz, sem capacidade de trabalho e têm que pagar a folha e as despesas mensais. Temos de construir uma alternativa para a manutenção da saúde financeira das empresas e dos postos de trabalho — afirmou o ministro.
O mecanismo em análise teria moldes semelhantes ao Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), lançado durante a pandemia pela gestão de Jair Bolsonaro.
O auxílio foi pago nos casos em que houve acordos entre trabalhadores e empregadores para a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária dos contratos. Durante o período do acordo, o governo bancou parte dos custos da remuneração dos empregados.
Aeroporto de Torres
Prefeitos e empresários do Litoral Norte estão mobilizados para tentar emplacar o aeroporto regional de Torres como alternativa emergencial ao Salgado Filho, que segue interditado. No sábado, o ministro Paulo Pimenta esteve no aeródromo e recebeu apelo para que o governo federal ajude a viabilizar a operação.
Controlado pelo governo do Estado, o aeroporto não opera voos comerciais. No entanto, um ofício entregue a Pimenta pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil do RS (Sinduscon) diz que a Fraport já concordou em avaliar a estrutura.
Os empresários pedem que, caso a empresa alemã não demonstre interesse, a Infraero assuma a operação.