Parece inacreditável, mas o hospital público que mais atende pacientes com câncer no Rio Grande do Sul, o Nossa Senhora da Conceição, não tem serviço de radioterapia. Não tinha, mas vai ter a partir de julho, com a inauguração do no novo Centro de Oncologia e Hematologia. O presidente Lula virá ao Estado para inaugurar a mais importante conquista do Conceição nos últimos anos. Os pacientes já começaram a ser transferidos para as novas instalações, mas o equipamento de radioterapia está em fase de instalação.
A enfermeira Elisabete Sortk Duarte, a farmacêutica Stephanie Greiner e o médico e físico Lucas Ost Duarte não veem a hora de começar a operação do equipamento comprado por R$ 10 milhões pelo Ministério da Saúde e que permitirá aos pacientes que fazem quimioterapia no Hospital Nossa Senhora Conceição concluírem o tratamento no mesmo complexo. Hoje, o GHC recebe 2 mil pacientes oncológicos por ano e é responsável por 36 mil procedimentos quimioterápicos (40% do total da rede pública em Porto Alegre), mas precisa encaminhá-los para a radioterapia em outro hospital.
O Centro de Oncologia ocupa uma área de 14,3 mil metros quadrados e terá dois aceleradores lineares.
Mães e filhos no mesmo complexo
Segue mais vivo do que nunca o projeto do Grupo Hospitalar Conceição de transferir o Hospital Fêmina do bairro Moinhos de Vento para o complexo da Zona Norte.
O presidente do GCH, Gilberto Barrichello, diz que é uma questão de lógica e de melhor aproveitamento dos recursos:
— Aqui já temos o Hospital da Criança Conceição. Nossa ideia é trazer o Fêmina para cá, para que mães e filhos fiquem na mesma área.
O GHC está negociando com o Grupo Zaffari a permuta de um terreno de sua propriedade, na Avenida Ipiranga, por uma área lindeira, para construir o Fêmina e o novo Hospital da Criança Conceição. A ideia é construir o edifício por meio de uma parceria público-privada.
E o destino do terreno do Fêmina?
A dúvida em relação ao destino do prédio e do valioso terreno ocupado pelo Hospital Fêmina na Rua Mostadeiro será esclarecida pelo BNDES, quando concluir a modelagem da parceria público-privada para construir o novo hospital materno-infantil no complexo do GHC. Médicos e pacientes não precisam se preocupar: a mudança não é para agora. São pelo menos dois anos de projeto e cinco para a execução da obra. Certo é que não faltarão interessados no terreno.