O Partido Verde planeja lançar nos próximos dias o médico Montserrat Martins como opção a vice na chapa liderada pela deputada Maria do Rosário (PT) à prefeitura de Porto Alegre. Embora esteja ciente de que a candidata a vice de Rosário deve ser indicada pelo PSOL, com quem o PT já tem acordo encaminhado, Martins afirma que o movimento é um gesto simbólico para ressaltar as propostas do PV.
— O espírito é de agregação, não de disputa. O PV tem uma contribuição de pautas para o programa de governo, como a despoluição do Guaíba — disse Martins à coluna.
O PV integra federação com o PT e o PCdoB. Do ponto de vista legal e eleitoral é como se os três partidos fossem um só. Em 2020, quando concorreu a prefeito (antes de existir a federação), Martins somou 1.415 votos e ficou em 10º lugar, superando apenas o candidato do PSTU, Júlio Flores.
Em dezembro, o PSOL lançou chapa completa para disputar a prefeitura da Capital, com a deputada estadual Luciana Genro como pré-candidata a prefeita e a servidora pública Tamyres Filgueira, a vice. A expectativa é de que Luciana anuncie formalmente a desistência de concorrer, indicando Tamyres como vice de Rosário.
Apesar das tratativas públicas e avançadas entre PT e PSOL, o presidente estadual do PV, Márcio Souza, lança dúvida sobre o acordo com os socialistas para a indicação da vice.
— Não temos informação formal de acordo (com o PSOL), isso nunca foi tratado dentro da federação. Nós estamos oferecendo uma alternativa para o diálogo. Não seremos obstáculo para atrapalhar qualquer tipo de avanço — pondera.
O lançamento de Martins tem o aval de Maria do Rosário, que foi convidada para o ato do PV. A deputada petista valoriza a iniciativa, mas reconhece que o vice deve ser escolhida pelo PSOL.
— É importante os nomes estarem colocados. O Montserrat tem um programa verde, que é muito bem-vindo. Vou procurar incorporar o programa que ele está apresentando — diz Rosário.