Por diferentes bairros de Porto Alegre, os protestos contra a falta de luz se multiplicaram nesta sexta-feira (19). De um lado, a indignação legítima de pessoas que estão sem energia elétrica desde terça-feira (16) à noite, sem água e sem telefone, perdendo comida na geladeira ou não conseguindo preparar os alimentos, nem tomar um banho. De outro, manifestações políticas organizadas por partidos adversários do prefeito Sebastião Melo (MDB), que será candidato à reeleição.
A presença de bandeiras em um dos protestos, no Centro Histórico, não deixa dúvidas sobre o caráter político-eleitoral da manifestação. Militantes contrários à privatização da CEEE exibem cartazes pedindo a reestatização da companhia — que não depende da prefeitura — enquanto insultavam Melo, chamando-o de "chinelão".
Mais preocupantes são os protestos em que os manifestantes trancam ruas e incendeiam objetos, colocando em risco a vida de adultos e crianças. Não foram poucos com essa característica desde quarta-feira (17) e se multiplicaram na sexta-feira, apesar da redução do número de residências sem luz, de acordo com os dados da Equatorial.
Um dos maiores focos de indignação — legítima, repita-se — é com a informação da empresa de que a luz voltou, quando aquele prédio, rua ou bairro continua na escuridão.