Com 1,2 mil alunos, o Colégio Protásio Alves, na esquina da Avenida Ipiranga com a Erico Verissimo, é um retrato das dificuldades para fazer andar as reformas na área da educação. O que seria a simples reforma da escadaria revelou-se uma obra de maior porte quando se descobriu que seria preciso construir uma nova.
A obra começou em agosto e parou em dezembro. Foi preciso aditar o contrato, mas a secretária de Obras, Izabel Matte, garante que a partir de agora a reforma vai andar.
A diretora da escola, Eliana Alves Flores, 32 anos de magistério e nove na direção do colégio, teme pela deterioração do material já utilizado, que está exposto à chuva e ao sol.
O mais incrível é o tempo que a direção e os alunos esperam pelo conserto da escada: oito anos.
— A escola teve um tremor e abriu uma fissura embaixo da escada. Fizemos vários pedidos para o governo e o Ministério Público. Saíram reportagens de TV e rádio. Em 2023, deu início essa obra, mas infelizmente paralisou.
A escola precisa de uma reforma geral, que está nos planos do governo. A diretora resume a situação:
— Nesses últimos temporais, descia uma cachoeira de água pela escada. Colocamos baldes. Recebemos uma verba do Agiliza, vamos tentar utilizá-la para consertar o telhado. Não sabemos se o problema é telha ou calha. Um laboratório com 50 computadores inundou, perdemos as máquinas. E aqui dentro choveu como se estivéssemos na rua.
Manutenção
Iniciada em agosto, a reforma da Escola Fernando Gomes, em Porto Alegre, orçada em R$ 645 mil, deveria ser concluída em dezembro, mas as chuvas atrasaram tudo. Só depois de iniciados os trabalhos se constatou que era preciso rever também a parte elétrica.
O diretor Edgar de Quadros diz que a prioridade é o telhado dos dois prédios:
— É uma escola antiga. Ficou muito tempo sem reformas.
A reforma compreende, além da substituição de telhas, recuperação estrutural, dos revestimentos e dos pisos internos e externos, impermeabilização do reservatório de água e das lajes, recuperação dos muros da quadra externa e pintura geral.
O diretor defende o programa Agiliza, que libera recursos para manutenção e permite realizar pequenos e médios consertos:
— Às vezes pode ser uma telha quebrada que, se não for substituída, vai provocar um dano maior. Se eu não tenho o dinheiro, o problema vai aumentando. É preciso ter uma manutenção maior das escolas, para que não precise de uma obra tão grande.