Apostando todas as fichas na influência de Jair Bolsonaro e na oposição intransigente ao governo Lula, o presidente do PL no Estado, Giovani Cherini, projeta ampliar as bancadas estadual e federal da legenda até 2026. Pelas contas de Cherini, o PL deve crescer de quatro deputados federais eleitos para sete até a próxima eleição presidencial. Na Assembleia, a estimativa é subir de cinco para nove cadeiras.
— Como você vai dizer que é de direita e está com o governo Lula? — questiona Cherini.
O primeiro reforço foi consolidado com a filiação do deputado federal Luciano Zucco, no último dia 12. Zucco não precisou esperar pela janela partidária para trocar de partido sem perder o mandato porque recebeu a anuência da cúpula do Republicanos. Na negociação, o deputado mineiro Samuel Viana fez o caminho inverso, trocando o PL pelo Republicanos.
Segundo Cherini, dois nomes que costumam votar ao lado do PL e poderiam migrar para o partido são Osmar Terra (MDB) e Maurício Marcon (Podemos). Procurados pela coluna, ambos negam a intenção de mudar de sigla nos próximos meses, mas deixam a porta aberta para 2026.
O MDB de Terra comanda três ministérios no governo Lula. Apesar disso, o deputado diz que está buscando organizar uma corrente interna para "resgatar" bandeiras liberais na economia e conservadoras nos costumes dentro do partido.
— Embora tenha muita afinidade com as bandeiras do PL, estou no MDB e não vejo nenhuma possibilidade de mudar no próximo ano. Temos muitos prefeitos do MDB que são parceiros. Depois da eleição municipal, tem que ver — analisa Terra.
Marcon elogia a direção estadual do Podemos, sob comando de Everton Braz, mas observa que o seu perfil é mais conservador e à direita.
— O Podemos busca mais o discurso do centro, então em 2026, na abertura da janela, é possível que eu migre para o PL, mas até lá seguirei trabalhando e honrando as pessoas que me acolheram no Podemos com dignidade e lealdade — afirma o deputado.
Sobre a Assembleia, Cherini evita citar nomes dos deputados que poderiam migrar para o PL. A coluna procurou alguns dos parlamentares com perfil mais alinhado ao bolsonarismo, mas todos afastam a possibilidade.
Irmão de Zucco, o deputado estadual Delegado Zucco garante que permanece no Republicanos. A migração dele encontra resistência interna no PL devido à proximidade com o governo Eduardo Leite — os liberais se declaram oposição ao Piratini.
Deputado estadual mais votado na última eleição, Gustavo Victorino afirma que o seu pensamento é permanecer no Republicanos até 2026, quando reavaliará o cenário.
Já Cláudio Branchieri diz que segue no Podemos, apesar da aproximação da legenda com o governo Lula.
— Estou muito satisfeito com o Podemos. O partido no Estado respeita muito meu posicionamento e muitos diretórios do partido tem inclinação à direita — respondeu.
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