Será o ex-governador de Goiás Marconi Perillo o substituto de Eduardo Leite na presidência do PSDB. Perillo foi eleito nesta quarta-feira (30) na 16ª convenção nacional do PSDB, realizada em Brasília. O Rio Grande do Sul será representado na direção nacional pela prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
Na versão oficial, Leite não quis disputar a eleição para poder se dedicar ao Rio Grande do Sul, que sofre com os efeitos das duas enchentes que afetaram milhares de pessoas e causaram prejuízos milionários ao Estado. É fato, mas nos bastidores sabe-se que esse não foi o único motivo.
Leite não conseguiu unificar o PSDB, que rachou em 2022 e teve um resultado pífio na eleição, com a perda de espaço na Câmara e no Senado e a conquista de apenas três governos estaduais (Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul).
A tarefa de Perillo é evitar que o símbolo do PSDB se transforme de tucano em ararinha azul, uma espécie em extinção. Isso passa por evitar uma diáspora de vereadores na janela de março e garantir a conquista de prefeituras.
É real o risco de encolhimento no número de prefeituras e, principalmente, no peso das cidades governadas pelos tucanos. Caberá ao novo presidente, também, preparar o terreno para a eleição de 2026 e devolver o protagonismo que o PSDB teve entre 1998 e 2014. Nesse período, o PSDB governou o país duas vezes, com Fernando Henrique Cardoso, e chegou ao segundo turno em outras quatro eleições, duas com José Serra, uma com Geraldo Alckmin e outra com Aécio Neves.
A ideia é manter Leite como pré-candidato à Presidência e tentar recuperar terreno na Câmara, no Senado e nos Estados.
ALIÁS
Na semana passada, um líder tucano disse que o PSDB precisava tirar Eduardo Leite da presidência porque ele, como governador, precisa do governo federal e não pode ser a cara da oposição. Com Marconi Perillo, os tucanos vão disputar com a direita a vaga de oposição a Lula.