O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Junior, está correndo o Estado para liderar encontros partidários de mobilização e orientação política para as eleições municipais de 2024. Entre sexta-feira (24) e sábado (25), esteve em Teutônia, Estrela, Guaporé (foto), Lagoa Vermelha, Nonoai e Entre Rios do Sul.
Romildo está estimulando candidaturas próprias e a construção de “chapas civilizatórias e humanitárias”, mas não há veto para coligação com nenhum partido. Onde for possível, a orientação é de aproximação com o PSB, sigla que discute a formação de federação com os trabalhistas para 2026.
A avaliação de Romildo é de que a eleição municipal é pautada por demandas das cidades e arranjos políticos locais, o que reduz a influência da polarização entre o lulismo e o bolsonarismo. O PDT gaúcho tem 69 prefeitos e cerca de 700 vereadores e pretende aumentar os números em até 10%. É uma meta considerada “realista” pela direção. Em Porto Alegre, tanto Romildo quanto o presidente municipal do PDT, José Vecchio Filho, sepultaram a hipótese de apoiar a deputada federal Maria do Rosário, lançada de forma prematura pelo PT.
— É uma questão estratégica, não vamos estar nesse campo — diz Romildo.
Vecchio Filho complementa: — Acabou qualquer chance de unidade das esquerdas. Imposição não é unidade, é adesão — diz ele, em referência ao lançamento de Rosário.
Charme
São boas as chances de o PSOL apoiar e indicar o vice da candidatura de Maria do Rosário (PT) à prefeitura de Porto Alegre, mas não é páreo corrido. O partido deve lançar, no dia 3 de dezembro, chapa própria encabeçada por Luciana Genro, com a servidora pública federal Tamyres Filgueira de vice.
A partir disso, dará continuidade às discussões com o PT. Para apoiar Rosário, o PSOL vai pedir a inclusão de algumas propostas no plano de governo, entre elas a tarifa zero no transporte público.
Ascensão
Desponta como nome forte para a Câmara de Porto Alegre em 2024 o de Vitória Sant’Anna. Ela é pedagoga, filiada ao PSOL, coordenadora da Creche Comunitária do Condomínio Princesa Isabel e, neste ano, foi eleita conselheira tutelar com 5.066 votos. A mais votada. Vitória é companheira do deputado estadual Matheus Gomes (PSOL), outra liderança ascendente da política da Capital. A candidatura não está selada. Falta a decisão de Vitória sobre o caminho a trilhar.
Tucano vai voar?
O PSDB de Porto Alegre espera sair da convenção nacional da sigla, no próximo dia 30, com a definição de lançar candidatura própria à prefeitura em 2024. Os nomes do partido, federado com o Cidadania, são as deputadas Nadine Anflor (estadual) e Any Ortiz (federal).
Presidente do PSDB, Moisés Barboza diz que também é opção o chefe da Casa Civil do Palácio Piratini, Artur Lemos. A eleição na Capital deverá ser mais um duelo indireto entre o governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo. A relação entre eles está longe de ser amistosa.
Afirmação
Prefeito de Sapucaia do Sul, Volmir Rodrigues (PP) concorrerá à reeleição em 2024 com ampla aliança. Atualmente, dos 11 vereadores da cidade, nove o apoiam. Conhecido como Gordo, Volmir tem histórico de fortes votações no município, onde já foi vereador. Neste ano, ele figurou como o prefeito mais bem avaliado da Região Metropolitana em ranking do Instituto Methodus.
Com a saída do prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, que foi para o PL, Volmir se firma como um dos nomes ascendentes do PP no Estado. Uma das principais adversárias dele na eleição deverá ser a atual vice-prefeita Imilia de Souza (PL), que tentará conquistar o poder pela via do bolsonarismo.
Aliado oculto
O vereador Márcio Bins Ely (PDT), vice-presidente da CPI governista que apura irregularidades na Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre, recebeu cobranças do partido por sua suposta postura de aliado oculto do governo Melo. Os mais exaltados chegaram a propor Comissão de Ética para Bins Ely, mas a direção do PDT baixou a fervura.
— Houve negligência, falta de zelo na gestão da Smed, mas não necessariamente ficou comprovada fraude ou desvio — avalia Bins Ely, que nega ter recebido “cobrança mais forte” de correligionários.