A presença do gaúcho Paulo Pimenta no ministério do presidente Lula está ajudando a destravar pendências históricas do governo do Rio Grande do Sul com a União. Nesta quarta-feira (2) foi formalizado acordo entre os Correios e o Ministério da Cultura, renovando por 10 anos, prorrogáveis por mais 30, de 10 em 10, a cedência do prédio histórico em que está instalado o memorial do Rio Grande do Sul.
O acordo foi assinado em Brasília, entre o ministro, o presidente dos Correios, Fabiano dos Santos, e o governador Eduardo Leite, tendo como testemunha a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
— No governo Bolsonaro, não quiseram renovar a cedência do prédio. Queriam vendê-lo. E até ofereceram que o governo do Estado comprasse o prédio por R$ 18 milhões, mas não fazia sentido ao governo pagar — disse Leite à coluna.
O valor de R$ 18 milhões mencionado por Leite foi a penúltima oferta no governo de Jair Bolsonaro. No início, o preço proposto era de R$ 35 milhões, segundo a secretária de Cultura, Beatriz Araujo.
— Fomos negociando, para ver se renovavam ou baixavam o preço e chegaram a R$ 17 milhões. É um prédio tombado, que dificilmente uma empresa privada iria comprar — informou a secretária.
O governador contou que a conversa foi retomada no início do governo Lula, e o acordo foi fechado em seis meses.
— O acordo vai ajudar a destravar novos investimentos no Memorial do Rio Grande do Sul — comemorou Leite.
De Brasília, a secretária da Cultura disse que está esperançosa de poder reverter a decisão do governo Bolsonaro, que rejeitou uma demanda do governo Leite de transferir o prédio da antiga Alfândega para ser um anexo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
No governo anterior, o prédio foi destinado para o Ministério da Saúde, mas tanto Pimenta quanto a ministra Margareth Menezes manifestaram disposição para reabrir o diálogo.
Distrito cultural inclui Secretaria da Fazenda
Se depender do governador Eduardo Leite, até o prédio histórico da Secretaria da Fazenda será transformado em centro cultural. O problema é que, no momento, o Estado não tem onde acomodar os servidores da Fazenda.
Pelo projeto que Leite encomendou à secretária Beatriz Araujo, toda a área do Centro Histórico até a entrada do Cais Mauá será, no futuro, um distrito cultural. No edital de licitação do Cais vai constar que os dois armazéns ao lado do pórtico central deverão ser destinados à cultura e à inovação.