O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em ato político repetido a cada 24 de agosto, deputados e líderes do PDT se reuniram nesta quinta-feira (24) em São Borja, na Fronteira Oeste, para reverenciar a memória de Getúlio Vargas. Os trabalhistas levaram rosas vermelhas e fizeram discursos em homenagem ao ex-presidente, que se suicidou em 1954, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, em meio a uma grave crise política.
Romildo Bolzan Júnior, que será escolhido para presidir o PDT em setembro, participou do ato em São Borja e destacou que o legado de Getúlio continua servindo de inspiração aos trabalhistas. Entre as heranças do caudilho de São Borja, Romildo cita o nacional-desenvolvimentismo, ideologia pela qual o Estado deve intervir na economia para estimular a produção e o avanço da infraestrutura.
— É um momento para comemorar a trajetória, revigorar o legado importante que ele deixou. São valores políticos, ideológicos e de comportamento — observa.
Ao retornar ao comando do PDT, Romildo encontrará um partido menor do que deixou em 2014, quando assumiu o Grêmio. Naquele ano, o partido elegeu oito deputados estaduais e três federais; hoje são quatro estaduais e dois em Brasília.
— Essa é uma questão desafiadora: motivar as bases, criar esse discurso, criar esse partido atuante, vivo, de modo que a gente esteja inserido nos debates. Partido que não tem posição, que não tem agenda, não vai em frente. Eu acho que o PDT precisa fazer essa autocrítica para voltar a ter representatividade — reconhece Romildo.
O primeiro objetivo do novo dirigente será reforçar a representação do PDT nas prefeituras e Câmaras de Vereadores. A meta é eleger 80 prefeitos, 80 vices e 800 vereadores.
Nas maiores cidades do Estado, o partido pretende apresentar candidatura própria. É o caso de Porto Alegre, onde o procurador Vieira da Cunha e a ex-deputada Juliana Brizola se apresentam como nomes de peso para a corrida à prefeitura em 2024.