O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Embora as votações para a escolha de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no plenário do Senado sejam secretas, os três representantes do Rio Grande do Sul já manifestaram como irão se posicionar na indicação de Cristiano Zanin, que deve ser apreciada nesta quarta-feira (21). Em princípio, não haverá surpresas na bancada gaúcha.
Eleitos na esteira do bolsonarismo, Hamilton Mourão (Republicanos) e Luis Carlos Heinze (PP) disseram à coluna que votarão contra. Paulo Paim (PT), aliado do Planalto, vota a favor. Para assumir um assento no STF, Zanin precisa do apoio de 41 dos 81 senadores.
Conforme o jornal Folha de S.Paulo, Mourão esteve em uma reunião de Zanin com senadores do Republicanos, na semana passada. Foi depois deste encontro que a senadora Damares Alves (Republicanos) teceu elogios públicos ao indicado ao STF pelo presidente Lula, caracterizando Zanin como "muito inteligente e agradável".
Procurado pela coluna, Mourão não respondeu se esteve reunido com Zanin, mas ressaltou que seu voto é contrário.
"Contra. Não obedece o princípio da impessoalidade, assim como não possui notório saber jurídico", escreveu o ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro.
Heinze afirmou que "a Suprema Corte do Brasil merece alguém em melhores condições" do que Zanin e criticou o fato de o indicado ter atuado na defesa de Lula na Lava-Jato.
— Meu voto será contrário. Não apenas por ele não ter o notável saber jurídico, segundo o Dr. Ives Gandra, um dos maiores juristas brasileiros, mas principalmente por ter acompanhando e defendido o maior escândalo de corrupção do Brasil, que ocorreu durante o período do presidente Lula e da presidente Dilma.
Senador desde 2003, quando Lula tomou posse para o primeiro mandato, Paim considera Zanin "preparado e competente" para assumir uma cadeira no STF, e projeta uma votação tranquila no plenário.
— Pelo que eu sinto, vai ser aprovado tanto na comissão como no plenário com votação expressiva. No Supremo, ele vai ser um defensor do país, do povo, baseado no princípio da verdade — diz Paim.
Nenhum dos senadores gaúchos é titular da Comissão de Constituição e Justiça, onde o Zanin é sabatinado — Mourão e Paim são suplentes. No plenário, todos os parlamentares votam.