Se o governo de Eduardo Leite estivesse começando agora, até se poderia atribuir à “herança maldita” a demora em apresentar os primeiros resultados nas obras de recuperação de escolas. Mas não: é um governo de continuidade, que em 2021 lançou o programa Avançar na Educação, mas não consegue mostrar resultados.
Como na brincadeira de “Mamãe posso ir?”, é como se a recuperação das escolas andasse ora a passo de tartaruga, ora a passo de caranguejo.
Nesta quarta-feira (3), as secretárias Izabel Matte (Obras), Raquel Teixeira (Educação) e Tânia Moreira (Comunicação) participaram de reunião para tratar das obras nas escolas. Quem esperava um balanço, se frustrou. Izabel diz que está sendo a discutida a governança e a forma como serão apresentadas as informações sobre o andamento das obras.
A secretária diz que ocupa a maior parte do seu tempo com o assunto, mas um balanço só deve ser apresentado no retorno da viagem do governador Eduardo Leite aos Estados Unidos.
No início do ano, o governo fez um levantamento das obras emergenciais, mas a providência concreta foi liberar recursos para os diretores de escolas fazerem os remendos mais urgentes. Esse diagnóstico mostrou que, das 2.311 escolas estaduais analisadas, apenas 99 estavam adequadas e não precisavam de obras.
As escolas foram divididas em quatro níveis. O mais grave é o “urgente” e se refere a “escolas com risco de interferência do uso dos espaços e com possível impacto no início das aulas”. São 176 com esta classificação, sendo duas já interditadas.
O segundo nível mais problemático foi chamado de “intermediário”. Conforme o governo, são “escolas com necessidades graves e complementares, como elétrica, obras paralisadas e hidráulica”. Cerca de 1,9 mil escolas se enquadram nessa situação.
O terceiro nível de problema de infraestrutura é o “complementar”, e se refere a “escolas com necessidades de baixa complexidade, tais como manutenção de piso de quadra de esporte, calçadas e reparos em portas e janelas”. São cerca de 130 com essa classificação.