O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A prefeitura de Porto Alegre vai lançar até março três editais para vender imóveis de sua propriedade que estão inutilizados. Eles serão lançados separadamente para reforçar a comunicação sobre os negócios. No total, são 53 áreas avaliadas em R$ 60 milhões, mas o secretário da Administração e Patrimônio, André Barbosa, acredita que a disputa em leilão, ainda que com ágio modesto, poderá elevar a arrecadação para cerca de R$ 100 milhões.
O primeiro dos lotes sai em fevereiro, com 12 imóveis espalhados pela cidade. Barbosa afirma que são propriedades valorizadas. Uma delas, próxima do aeroporto Salgado Filho e do Boulevard Laçador, está avaliada em quase R$ 7 milhões. O segundo grupo terá 16 imóveis no Porto Seco, na Zona Norte, destinados especificamente a compradores que irão instalar empresas de logística.
O terceiro pacote conterá 25 lotes dentro do parque industrial da Restinga, com foco em investidores empresariais. Barbosa justifica a venda do patrimônio com o argumento de que não faz sentido a prefeitura ser dona de terrenos que dão despesa com cercamento e limpeza. O dinheiro arrecadado com as vendas vai para um fundo e só pode ser gasto com investimentos em manutenção de imóveis da prefeitura. Barbosa diz que, com os valores, serão feitos investimentos no Mercado Público. O histórico prédio deverá receber melhorias no segundo andar, reparos no telhado e troca do piso e dos encanamentos.
O município ainda avalia o momento de colocar à venda dois imóveis que ficam em lugar privilegiado da cidade, a orla do Guaíba. Uma das propriedades fica entre o Gigantinho e o Parque Marinha do Brasil e outra defronte ao Anfiteatro Por do Sol. Ambos são considerados filés que teriam intensa disputa em leilão, mas há particularidades em análise. O terreno vizinho do anfiteatro poderá ser inserido na futura concessão do trecho 2 da orla e, para além dessa decisão administrativa, vender um patrimônio na orla, símbolo da cidade, sempre carrega o debate sobre o que será construído no local. Intervenções que descaracterizem ou que possam produzir gentrificação costumam causar polêmica.
Um terceiro ativo valorizado, mas que ainda não será colocado à venda, é o prédio que abrigava a Secretaria de Obras e Infraestrutura, próximo do shopping Praia de Belas. O imóvel é avaliado em R$ 40 milhões e o prédio já foi desocupado. Contudo, falta realocar arquivos que permanecem no local antes de colocar à venda.
ALIÁS
Termina hoje o período de quatro dias em que o vereador Hamilton Sossmeier (PTB), presidente da Câmara, esteve na posição de prefeito em exercício de Porto Alegre. O vice-prefeito Ricardo Gomes (PL) assume o cargo de hoje até o dia 31 de janeiro, durante as férias do prefeito Sebastião Melo, que está com a esposa Valéria e o filho, João Arthur, em Portugal.