Com o sexto lote de denúncias encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República, já são 479 pessoas acusadas formalmente de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro. Só nesta segunda-feira foram 225 denúncias e, segundo o procurador Carlos Frederico Santos, muito mais gente está sujeita a responder processo. Na entrevista que deu ao programa Gaúcha Atualidade pela manhã, Santos admitiu que o número de denunciados deverá superar os processados pela invasão do Capitólio, nos Estados Unidos.
Dois anos depois da invasão do prédio do Congresso americano, que resultou na morte de cinco pessoas, entre elas um policial, e deixou 140 policiais feridos, há 950 pessoas presas, sendo 192 já condenados. Outros 350 foragidos ainda estavam sendo procurados.
No caso brasileiro, a PGR começou as denúncias pelos casos mais óbvios: os envolvidos diretamente nos atos de depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo e os instigadores. Essa comprovação é feita por meio de imagens da invasão, feitas por drones, câmeras de segurança e profissionais da imprensa, e da análise minuciosa das postagens em redes sociais.
Nesse grupo se incluem os vândalos que invadiram os prédios, quebrando o que encontravam pela frente, e os golpistas que tramaram os atos numa tentativa de subverter o resultado da eleição ou de derrubar o governo empossado uma semana antes.
Coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o procurador disse que depois virão os financiadores e as autoridades que por ação ou omissão contribuíram para o desfecho. Essas são investigações mais complexas, que correm em sigilo para não atrapalhar as apurações, já que devem ocorrer prisões e ações de busca e apreensão.
É o elevado número de envolvidos que sustenta a previsão de que haverá mais pessoas processadas no Brasil do que na invasão do Capitólio. Além da possível condenação à prisão, em regime fechado ou semiaberto, com tornozeleira eletrônica, os participantes dos atos de 8 de janeiro vão sentir no bolso o peso de sua irresponsabilidade. O bloqueio de recursos, que vem sendo determinado pela Justiça, tem por objetivo fazer com que paguem os prejuízos causados ao patrimônio público.
Encontro com Bolsonaro
A presença do vereador Carlos Bolsonaro na casa em que o ex-presidente Jair Bolsonaro está hospedado em Orlando, na Flórida, voltou a agitar o local, que nos últimos dias tinha reduzido a afluência de curiosos e apoiadores.
Carluxo está envolvido na convocação de simpatizantes para um encontro do grupo Yes Brazil USA, apoiador de Bolsonaro, hoje à noite, em Orlando.
O encontro, com ingressos entre US$ 10 e US$ 50 será no 5250 International Drive.
Para poder ficar mais tempo nos Estados Unidos, Bolsonaro encaminhou pedido de troca do visto diplomático, já expirado, por outro de turista, com o qual poderá permanecer seis meses em território americano.
Projeto definido desde cedo
Quando tinha 16 anos e era estudante do Ensino Médio na Escola Estadual Padre Reus, em Porto Alegre, Giovani Culau Oliveira venceu um concurso de redação organizado por Zero Hora com o título Jovem Cidadão.
À época, disse que seu sonho era estudar Ciências Sociais e ser parlamentar.
Suplente na eleição de 2020, à frente de um coletivo formado também por Airton Silva, Tássia Amorim, Vivian Aires e Fabíola Loguercio, o cientista social assume como vereador em Porto Alegre nesta quarta, na vaga de Bruna Rodrigues (PCdoB), eleita deputada estadual. Culau (foto o lado) será o mais jovem vereador da Capital.
Além dele, outros seis suplentes assumirão cadeiras deixadas por vereadores que se elegeram para a Assembleia Legislativa ou para a Câmara Federal. São eles: Abigail Pereira (PCdoB), Marcelo Sgarbossa (PT), Carlos Comassetto (PT), Alex Fraga (PSOL), Marcelo Bernardi (PSDB) e Tiago Albrecht (Novo).