O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Com a intenção de terminar com as filas para a realização de cirurgias eletivas, o novo governo federal pretende criar órgãos executivos do Ministério da Saúde em todos os Estados do país e lançar um programa de transferência de recursos para custear as operações. A estratégia foi revelada pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT), que integra a equipe de transição, durante almoço com prefeitos da região metropolitana de Porto Alegre, na quinta-feira (15).
— Vamos criar em cada Estado uma espécie de delegacia do Ministério da Saúde. Queremos acabar com a necessidade de as questões da saúde serem tratadas pelos prefeitos em Brasília — revelou Pimenta.
Conforme o parlamentar, essas unidades terão perfil executivo e fiscalizador, e colocarão em prática o programa de repasse das verbas federais para a realização das cirurgias. Pimenta ressaltou que não será preciso criar novos cargos na máquina pública para a instalação desses órgãos.
— Essa decisão já está tomada — reforçou o deputado.
As filas para as cirurgias eletivas, aquelas que não são consideradas urgentes, cresceu em quase todo o país durante a pandemia de covid-19, visto que os atendimentos hospitalares foram direcionados para o combate ao vírus.
Levantamento feito no mês passado pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Saúde (Conass) estima que 11,6 milhões de operações ficaram em suspenso e precisam ser feitas no país. Para atender a essa demanda, seria preciso fazer 75% a mais de cirurgias hospitalares em 2023 e 105% a mais de cirurgias ambulatoriais em relação à média histórica.
Durante a campanha eleitoral, a bandeira de terminar com as filas foi defendida por Simone Tebet (MDB). No segundo turno, a proposta foi incorporada no plano de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em troca do apoio de Simone.