O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Eleito senador pelo sistema eletrônico de votação, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) defendeu nesta sexta-feira (11) a tese de que o Congresso volte a analisar, a partir de 2023, a introdução do voto impresso no sistema eleitoral brasileiro. O general considera que a ausência da impressão do voto "sempre deixará parcela da população receosa" em relação ao resultado das urnas.
Mourão avalia positivamente a nota divulgada nesta sexta-feira pelas Forças Armadas, em que os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica defendem a liberdade de manifestação, mas condenam "eventuais excessos".
"A nota está muito bem modulada e deixa claro que as FA se baseiam no tripé da legalidade, legitimidade e estabilidade. Quanto ao processo eleitoral, a ausência de impressão do voto sempre deixará parcela da população receosa", escreveu Mourão à coluna.
O voto impresso foi rejeitado pela Câmara dos Deputados em agosto do ano passado. Naquela votação, a proposta de emenda à Constituição recebeu 229 votos favoráveis e 218 contrários no plenário. O texto acabou arquivado, pois eram necessários ao menos 308 votos para a aprovação.
Críticas a Alexandre de Moraes
À coluna, o senador eleito criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o desbloqueio de vias interditadas por protestos antidemocráticos. Em Porto Alegre, mesmo com decisão do ministro, a via em frente ao Comando Militar do Sul segue bloqueada.
Questionado sobre o teor da decisão de Alexandre, em que o magistrado chama das manifestações de "atos criminosos e antidemocráticos (...), contrários à Democracia, ao Estado de Direito, às Instituições e à proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral", Mourão disse que o ministro "está ultrapassando os limites".
"Não concordo com a decisão do ministro, que na minha visão está ultrapassando os limites do suas atribuições. Aliás como vem fazendo há muito tempo", opinou Mourão.