Oito dos nove deputados que integram a bancada do PT na Assembleia Legislativa atravessaram a Rua Duque de Caxias e foram até o Palácio Piratini na tarde desta terça-feira (29) para pedir oficialmente ao governo a suspensão dos procedimentos relacionados à privatização da Corsan e a revogação do edital, que prevê o leilão da companhia para o dia 20 de dezembro.
Os petistas almejavam entregar o ofício em que formalizam o apelo ao governador Ranolfo Vieira Júnior, mas foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos. Na audiência, o secretário prometeu agendar uma reunião com o governador para a próxima semana.
Entre os argumentos listados no documento, está o de que a equipe de transição do futuro governo federal vem declarando que o BNDES "não mais financiará aquisição de empresas públicas de áreas estratégicas, bem como voltará a ser ofertado financiamento público às estatais que atuam no saneamento". O principal argumento do Piratini para a desestatização é de que, permanecendo pública, a Corsan não terá capacidade de atingir as metas do marco legal do saneamento.
Na prática, trata-se de um movimento político dos deputados para marcar posição, visto que o governo jamais deu sinais de que pode recuar na ideia de vender a estatal.
Pelo contrário: ainda nesta terça, em palestra na Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo, o vice-governador eleito, Gabriel Souza, reafirmou a intenção.
— A Assembleia autorizou a privatização da Corsan e a urna autorizou, com 57,1% dos gaúchos votando em um candidato a governador e em um candidato a vice-governador que defendem a privatização. Portanto, nós vamos privatizar a Corsan — discursou Gabriel.