Mais uma vez, os ponteiros não se moveram na pesquisa de intenção de voto para a sucessão presidencial, o que pode ser traduzido como uma má notícia para o presidente Jair Bolsonaro, que está 13 pontos atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No terceiro levantamento da série do Ipec, divulgado na noite desta segunda-feira (5) no Jornal Nacional, todos os movimentos ocorreram dentro da margem de erro. Isso significa que pode não ter ocorrido nenhuma alteração em relação às duas primeiras pesquisas.
Lula tem os mesmos 44% que tinha em 14 e 28 de agosto. Bolsonaro perdeu um ponto em relação aos dois levantamentos anteriores, mas, como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, a rigor não se pode falar em queda. Na simulação de segundo turno, Lula subiu de 50% para 52% e Bolsonaro caiu de 37% para 36%. De novo, dentro da margem de erro.
A avaliação do governo, uma das explicações para a estagnação de Bolsonaro, também não se alterou, contrariando a expectativa da coordenação de campanha e dos aliados do presidente, que esperavam uma reação com o início do pagamento dos auxílios e com a queda no preço da gasolina. Mesmo com o “pacote de bondades”, somente 30% dos entrevistados avaliam o governo com bom e ótimo, ante 43% que o consideram ruim ou péssimo. Os que aprovam o governo somam 38% e os que o desaprovam, 57%.
Esses índices reafirmam que o maior adversário de Bolsonaro é ele mesmo, já que 49% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum. A rejeição de Lula é de 36%.
Além de os benefícios não terem, até aqui, contribuído para aumentar as intenções de voto em Bolsonaro, a participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha, a propaganda eleitoral e os tropeços do ex-presidente Lula no debate da Bandeirantes não tiveram força para alterar o cenário. O bom desempenho de Simone Tebet e Ciro Gomes não se transformou em intenção de voto: embora tenham rejeição baixa (8% e 17%, respectivamente), os dois subiram um ponto, variação que, por estar dentro da margem de erro, não pode ser levada em conta.