O calendário eleitoral e as reações contrárias de usuários, empresários e políticos à instalação de pedágio na RS-118 explicam a decisão do governador Ranolfo Vieira Júnior de suspender a publicação do edital de concessão do bloco 1 de rodovias. Os técnicos do BNDES, com quem o Estado tem contrato até dezembro, voltarão à prancheta com a incumbência de refazer os estudos, mas o desfecho ficará para o próximo governo.
O secretário de Parcerias, Leonardo Busatto, garante que o estudo ficará pronto até o final do ano, mas não haverá tempo hábil para a realização do leilão no atual governo. Será preciso recomeçar o processo quase da estaca zero, com todos os ritos que precedem o leilão.
Quem acompanha a resistência dos gaúchos à instalação de pedágio em zonas urbanas, como é o caso da RS-118, sabe que esse será tema de campanha e que os candidatos, instados a se posicionar, assumirão o compromisso de não onerar os usuários da RS-118 ou de reduzir o impacto da cobrança com a promessa de aporte de dinheiro público.
Apesar de também haver resistências pontuais à concessão do bloco 2, o governo entendeu que na relação custo-benefício valia a pena pagar para ver. A dúvida agora é se haverá interessados no leilão, previsto para agosto, e qual será o deságio oferecido, tendo em conta o aumento dos insumos.