Foi tão negativa a repercussão da tentativa de impor cem anos de sigilo para a informação sobre seus encontros com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos que o Palácio do Planalto recuou. Os dois são investigados pela Polícia Federal por pedirem propina a prefeitos para liberar recursos do Ministério da Educação.
No final da tarde desta quinta-feira (14), o mesmo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que negara a informação sobre as visitas dos pastores lobistas ao Planalto resolveu acabar com o sigilo e encaminhou ao jornal O Globo um documento com os dados, mas não mencionou encontros com Bolsonaro. Na portaria, o visitante indica que gabinete vai visitar. A justificativa dada anteriormente ao jornal para não revelar as entradas dos pastores era de que essa informação poderia colocar em risco a vida do presidente da República e de seus familiares.
O GSI informou que, conforme registro do seu banco de dados, o pastor Arilton esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo Bolsonaro. Foram 27 acessos em 2019, um em 2020, cinco em 2021 e dois neste ano. O pastor Gilmar passou 10 vezes pelas catracas para visitar gabinetes no Planalto. Arilton esteve na Casa Civil, na Secretaria de Governo, no gabinete do vice-presidente Hamilton Mourão e no gabinete responsável pela agenda de Bolsonaro.