A aprovação em primeiro turno da proposta de emenda constitucional que dá autorização ao presidente Jair Bolsonaro para pedalar o pagamento de precatórios em nome da atenção aos pobres provocou estragos de diferentes proporções nas candidaturas da chamada terceira via. Ciro Gomes (PDT) acusou o golpe publicamente, irritado porque o PDT deu, sozinho, votos mais do que suficientes para a aprovação da PEC. Foram 15 votos a favor, e a emenda passou com apenas quatro além dos 308 necessários.
Ciro anunciou que deixará sua pré-candidatura em suspenso, porque não pode "compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas". Somente seis deputados, de uma bancada de 24, votaram contra a proposta. A bancada gaúcha do PDT se dividiu: Afonso Motta a favor, Pompeo de Mattos contra e Marlon Santos ausente.
Em seu perfil no Twitter, Ciro escreveu: "Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo".
O PSDB, que no dia 21 fará prévias para escolher seu candidato a presidente, também se dividiu. Os dois deputados gaúchos (Lucas Redecker e Daniel Trzeciak) votaram sim, contrariando o discurso oficial contrário a furar o teto de gastos. Outro expoente do PSDB, o deputado mineiro Aécio Neves também votou a favor. Os deputados do PSDB paulista, aliados de João Doria, votaram contra.
Sergio Moro, que no dia 10 assinará ficha no Podemos e que provavelmente será candidato a presidente, também já se manifestou contra o artifício usado pelo governo para pagar o auxílio emergencial de R$ 400 tirando dinheiro dos precatórios viu deputados de seu futuro partido darem aval ao governo.
O PSD, novo partido do possível candidato Rodrigo Pacheco (MG), votou com o governo. A bancada do PT, partido do ex-presidente Lula, e do PSOL, votaram contra. O PSB, outro partido que deve apoiar Lula, deu 10 votos favoráveis ao texto, em uma bancada de 32 deputados. O Novo, que lançou nesta semana o cientista político Luiz Felipe d'Avila à presidência, votou contra.
Sem candidato a presidente, o MDB deliberou contra, mas teve defecções. Entre elas, o gaúcho Osmar Terra. Os outros três deputados do partido na bancada gaúcha (Alceu Moreira, Márcio Biolchi e Giovani Feltes) votaram contra.
A bancada gaúcha deu 15 votos a favor da PEC e 12 contra. Cinco deputados não votaram (Maurício Dziedricki e Marcelo Moraes, do PTB, Jerônimo Goergen, do PP, Nereu Crispim, do PSL, e Marlon Santos, do PDT).
Confira como votou a bancada gaúcha:
Afonso Hamm (PP-RS) – votou Sim
Afonso Motta (PDT-RS) – votou Sim
Alceu Moreira (MDB-RS) – votou Não
Bibo Nunes (PSL-RS) - votou Sim
Bohn Gass (PT-RS) – votou Não
Carlos Gomes (Republicanos-RS) – votou Sim
Covatti Filho (PP-RS) – votou Sim
Daniel Trzeciak (PSDB-RS) – votou Sim
Fernanda Melchionna (PSOL-RS) – votou Não
Giovani Cherini (PL-RS) – votou Sim
Giovani Feltes (MDB-RS) – votou Não
Heitor Schuch (PSB-RS) – votou Não
Henrique Fontana (PT-RS) – votou Não
Jerônimo Goergen (PP-RS) - não votou
Liziane Bayer (PSB-RS) – votou Sim
Lucas Redecker (PSDB-RS) – votou Sim
Marcel van Hattem (Novo-RS) – votou Não
Marcelo Brum (PSL-RS) – votou Sim
Marcelo Moraes (PTB-RS) - não votou
Márcio Biolchi (MDB-RS) – votou Não
Marcon (PT-RS) – votou Não
Maria do Rosário (PT-RS) – votou Não
Marlon Santos (PDT-RS) - não votou
Maurício Dziedrick (PTB-RS) - não votou
Nereu Crispim (PSL-RS) - não votou
Osmar Terra (MDB-RS) – votou Sim
Paulo Pimenta (PT-RS) – votou Não
Paulo V. Caleffi (PSD-RS) – votou Sim
Pedro Westphalen (PP-RS) – votou Sim
Pompeo de Mattos (PDT-RS) – votou Não
Sanderson (PSL-RS) – votou Sim
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