O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira
Dois dos três senadores gaúchos ainda não definiram como irão votar na sabatina de André Mendonça para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quarta-feira (24), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a indicação deve ser votada na próxima semana. Se avançar na CCJ, Mendonça precisa de 41 votos no plenário do Senado para confirmar a ida ao Supremo.
O ex-ministro da Justiça e da Advocacia Geral da União (AGU) de Bolsonaro foi indicado ao STF em julho, após a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. A indicação, no entanto, ficou adormecida na CCJ. Bolsonaro chegou a cobrar Alcolumbre em público pela demora na apreciação do nome.
Entre os senadores gaúchos, Luis Carlos Heinze (PP) já definiu que votará a favor da indicação de Mendonça no plenário. Heinze considera o ex-ministro da Justiça uma "pessoa preparada, alinhada com Bolsonaro" e de fácil interlocução com os outros ministros do STF.
O senador Lasier Martins (Podemos) diz que irá esperar pela sabatina para definir o seu voto. Lasier quer perguntar a Mendonça se o ex-ministro da AGU é a favor ou contra a prisão em segunda instância. O senador afirma que o fato de Alcolumbre ser contrário à indicação serve como "credencial" a Mendonça.
— O Alcolumbre quer o Aras (procurador-geral da República). Ele ganhou tempo para persuadir votos contra o Mendonça. Eu vou esperar a sabatina e decidir conforme a linha que ele (Mendonça) seguir. Não quero que tenhamos um novo Nunes Marques, que é pau-mandado do Bolsonaro. Quero um ministro independente.
O senador Paulo Paim (PT) também não definiu como irá votar. A posição do petista será decidida até a próxima terça-feira (30), depois da reunião da bancada do PT.
— Mendonça fez reunião por teleconferência comigo. Falou sobre a importância de respeitar a Constituição, se mostrou aberto para defender a linha dos direitos humanos, combater todo tipo de preconceito, como o racismo. Mas a bancada não decidiu ainda — diz Paim.