Um dia depois da aprovação da fusão do DEM com o PSL, que resultou na criação do União Brasil, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e representantes de diretórios municipais do Democratas do Rio Grande do Sul reuniram-se no Ritter Hotel, em Porto Alegre, para discutir o futuro. Representante do diretório gaúcho, o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, votou contra a fusão, mas foi ignorado. Na reunião, foi criada a primeira dissidência do novo partido.
Os 150 participantes de 52 municípios assinaram um manifesto pela formação do movimento Frente Liberal, uma espécie de ressureição do PFL raiz. O manifesto lista 10 compromissos do grupo: liberdade econômica, liberdade de expressão, liberdade e respeito à prática religiosa, direito à propriedade, direito à legítima defesa, transparência nos atos da administração pública, incentivo ao desenvolvimento econômico e ao empreendedorismo, fortalecimento do agronegócio e respeito à família.
— Se a fusão com PSL gerou alguma divisão no Rio Grande do Sul, digo que 99% dos nossos correligionários estão de um lado: o do presidente Bolsonaro e da pré-candidatura de Onyx Lorenzoni ao Palácio Piratini. O evento de hoje mostrou isso — disse o presidente do DEM-RS, Rodrigo Lorenzoni.
Por vídeo, Onyx defendeu a união do grupo:
— Construímos a nossa história com base em valores claros e lealdade. Seguiremos juntos.
À coluna, Rodrigo disse que a ideia é ganhar tempo, enquanto tramita na Justiça Eleitoral o registro do novo partido, para tentar garantir autonomia aos diretórios estaduais para escolher seu candidato, se o União Brasil mantiver a decisão de não apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Se não conseguir sucesso, o grupo migrará para um partido aliado de Bolsonaro, não necessariamente o dele. Caso o presidente retorne ao PP, como é o mais provável hoje, a tendência é que Onyx e seu grupo migrem para o PL, o Republicanos ou o PTB. Rodrigo não quer falar dos próximos passos porque diz que a intenção é queimar todas as etapas:
— O melhor dos mundos para nós seria o União Brasil apoiar o presidente Bolsonaro. Se isso não ocorrer, que pelo menos nos deixem escolher nosso caminho no Rio Grande do Sul.
Movimentos semelhantes, de renascimento da Frente Liberal, estariam sendo feitos em Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro.
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