Empossada na semana passada como presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul (Fase), Sônia D’Ávila celebra uma história de superação:
– A filha da cozinheira chegou ao mais alto posto na Fase.
A mãe dela, Maria Pacheco, era cozinheira do Instituto São Joaquim, uma das unidades da antiga Febem. Mãe solteira e sem ter com quem deixar a pequena Sônia, de quatro anos, levava a menina com ela para o trabalho.
A história de dona Maria e o respeito que os internos tinham por ela está contada no livro que resgata a história da instituição.
– Minha mãe era uma pessoa humilde, analfabeta. Eu a ensinei a escrever o nome para assinar o cheque quando ia à Caixa Estadual receber seu parco salário –relembra.
Quando completou seis anos, Sônia foi acolhida no Instituto Ana Jobim, um internato bancado pelo Estado, dentro da estrutura da Febem, para crianças pobres. Do Ana Jobim, Sônia foi para uma casa lar em Ipanema e assim conseguiu estudar e vencer a pobreza e tornar-se professora e, depois, bacharel em Administração de Empresas e tecnóloga em Administração Pública.
É com esse histórico que Sônia chega à presidência da Fase, indicada pelo Partido Liberal (PL):
– Fui uma criança assistida pelo Estado. Cresci muito feliz. Hoje quero retornar tudo o que o Estado fez por mim.
Hoje a Fase só atende adolescentes em conflito com a lei, mas Sônia diz que ter passado por aquele ambiente quando era criança é importante para gerenciar a instituição.