Apesar dos números amimadores, que indicam redução das internações por covid-19 e queda consistente na média móvel de mortos no Rio Grande do Sul, a retomada dos eventos presenciais será lenta, gradual e segura. Mesmo com nenhuma região aviso ou alerta no sistema de monitoramento batizado de 3As, a palavra de ordem é cautela. Os prefeitos que defendem a volta imediata do público aos estádios e a retomada generalizada de espetáculos culturais terão de puxar o freio de mão.
O governador Eduardo Leite disse à coluna que houve um mal-entendido na discussão sobre o assunto:
— Não estamos considerando liberar eventos na semana que vem. Vamos abrir a discussão a partir das análises sobre o evento teste, mas não vejo retomada imediata. Agosto ainda será de análise sobre a consolidação da queda de internações e efeitos da vacinação.
A preocupação com a segurança dos frequentadores aumentou com a disseminação da variante Delta do coronavírus pelo mundo e o alerta feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, de que essa cepa é tão contagiosa quanto o vírus da catapora e pode ser transmitida mesmo pelas pessoas vacinadas.
A primeira dose da vacina só deve chegar a todo o público-alvo no Rio Grande do Sul no início de setembro. A imunização completa está prevista para o final do ano, já que a AstraZeneca segue com o espaço de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses.
No governo do Estado, a preocupação é evitar a repetição do quadro do início do ano, quando a situação dos hospitais vinha bem e saiu do controle com a chegada da variante P.1, inicialmente chamada de amazônica e rebatizada como Gamma.
No boletim divulgado pelo governo nesta sexta-feira, a taxa de ocupação das UTIs do estado estava em 65,2%, com um índice confortável de 1,42 leito livre por leito ocupado nas unidades de terapia intensiva. Relembrando, a salvaguarda da bandeira preta era acionada quando essa relação baixava de 0,35. Em números absolutos, o Rio Grande do Sul chegou ao último dia de julho com 741 pacientes de covid-19 internados em leitos clínicos e 840 em UTIs.
Aliás
Com a situação da pandemia sob controle, o desafio do sistema de saúde no Estado é retomar o atendimento dos pacientes de outras enfermidades, que ficaram represadas no primeiro semestre. A maior preocupação é colocar em dias os exames de detecção de câncer e as cirurgias oncológicas.