A aproximação com o PT e o possível apoio do partido à candidatura do ex-presidente Lula em 2022 são os motivos apontado pelo prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, e pelo ex-prefeito Luciano Azevedo para justificar a desfiliação do PSB anunciada nesta terça-feira (8). A deputada federal Liziane Bayer e sua irmã, a deputada estadual Franciane Bayer, também estão de saída, pelo mesmo motivo.
Azevedo confirma que deve se filiar ao PSD, partido comandado por Gilberto Kassab e que no Rio Grande do Sul tem o secretário do Esporte, Danrlei de Deus, e o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, como principais expoentes. Apesar de ter um partido que carrega no nome a palavra “socialista”, Azevedo diz que está desconfortável com a guinada do PSB à esquerda:
— Não era essa a proposta quando entrei, convidado por Eduardo Campos e Beto Albuquerque. O PSB tinha um projeto próprio que perdeu força com a morte de Eduardo. Acredito que a maioria silenciosa não quer a polarização entre Lula e o presidente Bolsonaro, como eu também não quero. Vou trabalhar por uma terceira via.
Azevedo acredita que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, possa vir a ser essa alternativa.
— Mesmo que não se viabilize, não quero colaborar para evitar essa polarização, que considero nociva para o país — disse o ex-prefeito de Passo Fundo.
O prefeito Pedro Almeida reforça o argumento do seu mentor:
— Eu e o ex-prefeito Luciano pensamos da mesma forma: somos contra a polarização e o radicalismo. Não concordamos com o alinhamento do partido à esquerda. Não queremos ódio e nem brigas, queremos convergência e diálogo. Por isso, comunicamos hoje nossa desfiliação do PSB. Queremos um caminho de centro, que seja bom para a maioria e bom para o Brasil.
Passo Fundo era, até hoje, a principal cidade administrada pelo PSB no Estado.
A deputada Liziane Bayer também se mostra desconfortável coma aproximação do PSB ao PT e diz que seu eleitorado jamais aceitaria que ela apoiasse Lula:
— Não gosto desse negócio de oposição radical. Se acho que um projeto do governo é bom para o país, quero votar a favor.
Embora acredite que o ideal seria o surgimento de uma terceira via, Liziane diz que, a persistir a polarização, prefere Bolsonaro a Lula. Ela ainda não decidiu o caminho a tomar.
Convites não faltam: nos últimos dias, a deputada foi procurada por dirigentes do PSDB, do PP, do PL, do Republicanos e do DEM, interessados no passe dela e da irmã, já que as duas migrarão para o mesmo partido, provavelmente em março, aproveitando a janela que permite a troca sem risco de perder o mandato.
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