Na estreia do novo modelo de monitoramento dos dados da pandemia, apresentado nesta sexta-feira (14), o governador Eduardo Leite, adiantou que pelo menos três regiões devem começar com o primeiro nível de advertência, o A de "aviso". São elas: Santo Ângelo, Ijuí e Cachoeira do Sul.
Significa que essas regiões precisam ficar atentas para a possibilidade de agravamento da situação, já que registraram nos últimos dias aumento do número de casos e da ocupação de leitos clínicos. A confirmação se dará a partir da análise do Grupo de Trabalho (GT) da Saúde, que se reporta ao gabinete de crise, e outras regiões também podem receber a recomendação.
As bandeiras do antigo sistema, que vigoraram por quase um ano foram substituídas pelo triplo A: aviso, alerta e ação. Como os prefeitos terão autonomia para adotar medidas restritivas, o Estado ficará encarregado de enviar sinalizadores sempre que detectar que alguma coisa não vai bem. O “aviso” é o primeiro estágio. Se a situação piorar, virá o alerta e, em caso de agravamento, os prefeitos terão de comunicar ao governo quais ações adotarão para retomar o controle.
O modelo de distanciamento controlado, que serviu de exemplo para outros Estados e implodiu por pressão de prefeitos e empresários de diferentes setores, não será transformado em pó. Os indicadores que nortearam a definição das bandeiras seguirão sendo acompanhados.
O secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, diz que é impossível fazer gestão de uma pandemia sem dados:
— Uma frase simples da ciência: as pessoas que não acreditam em dados não acreditam na realidade.
O banco de dados continuou sendo alimentado desde que o Estado saiu da bandeira preta para a vermelha por decreto. O que os números mostram é que, nos últimos dias, a curva de crescimento dos casos, que vinha em declínio, voltou a subir. Não no ritmo alucinante de março e abril, mas em ritmo que fez disparar o alerta, embora a relação entre leitos livres e leitos e ocupados esteja em 0,47. O governo havia definido que 0,35 leito livre de UTI para cada um ocupado por paciente da covid-19, acionaria automaticamente a bandeira preta.
A experiência dos últimos meses mostra que medidas de liberação ou restrição começam a produzir efeito duas semanas depois de adotadas. Quando o Rio Grande do Sul entrou em bandeira preta, sem possibilidade de cogestão, os índices de contaminação e ocupação de leitos só começaram a cair duas semanas depois. Da mesma forma, 15 dias depois do retorno à bandeira vermelha e das liberações generalizadas, voltaram a subir.