O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Um dossiê com 77 páginas em que estão reunidos indícios de fraudes e irregularidades na concessão de empréstimos consignados a agricultores aposentados, muitos deles do Rio Grande do Sul, foi entregue ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No documento, constam cópias de diversos boletins de ocorrência e relatos de pessoas sobre descontos indevidos nas aposentadorias e pensões e o recebimento de valores não contratados.
O dossiê foi elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e enviado diretamente ao presidente do instituto, Leonardo Rolim. Nele, a entidade relata que diversos aposentados e pensionistas tiveram os dados cadastrais de acesso ao sistema “Meu INSS” violados e alterados, o que teria viabilizado a contratação das operações de crédito.
"Pelos relatos e denúncias feitas até o momento, são várias as instituições financeiras envolvidas com tal prática, mas chama atenção a situação do Banco C6 Consignados, que concentra o maior número de reclamações", diz o documento.
A coluna entrou em contato com a instituição financeira que enviou nota afirmando que os consumidores não serão prejudicados:
"Estamos comprometidos com o atendimento de todos os casos com reclamações. Nenhum consumidor terá prejuízo", diz o curto comunicado.
O documento também foi entregue pelo deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS) à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
— É uma lástima o que está acontecendo. As pessoas encaminham o processo de aposentadoria e antes de serem comunicadas pelo INSS, já tem um crédito consignado na conta deles que eles nem sabem, ninguém autorizou— disse Schuch, durante reunião do colegiado.
O deputado também procurou o presidente do INSS para pedir providências.
— Ninguém é contra o crédito consignado, desde que a pessoa autorize — completou Schuch.
O dossiê não será reproduzido pela coluna para preservar os dados dos agricultores.
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