A posse formal da nova secretária da Educação, Raquel Teixeira, ocorreu nesta quinta-feira (1º), mas a professora goiana, que desembarcou em Porto Alegre há uma semana, já fez os contatos necessários para saber o tamanho do desafio que terá pela frente. A reabertura segura das escolas, assim que o Estado sair da bandeira preta, é a primeira delas. Na próxima semana, terá seu primeiro encontro com a direção do Cpers, sindicato que representa os professores.
— Precisamos voltar. O prejuízo, para muitos alunos, já é irrecuperável. Um estudo da Fundação Getulio Vargas mostra que cada ano perdido com as escolas fechadas impacta em quatro anos de aprendizagem, sem contar o impacto emocional e o risco de rompimento do vínculo da criança com a escola — pondera.
Ex-secretária de Educação de Goiás, Raquel acredita que é possível retomar as aulas presenciais com segurança, desde que a escola siga os protocolos sanitários, com medição de temperatura, distanciamento entre alunos e professores, uso de máscara, treinamento e estrutura física adequada.
— Quanto mais tempo a escola permanece fechada, mais difícil é o retorno. Se alguma escola não tem a infraestrutura adequada, vou brigar para que tenha — promete.
Hospedada em um hotel, enquanto procura com calma um apartamento para se instalar em Porto Alegre, Raquel ficou positivamente surpresa com a receptividade dentro e fora do governo. Ela aceitou o convite para ser secretária sem conhecer pessoalmente o governador Eduardo Leite e está impressionada com ritmo de trabalho dele, a disposição para ouvir e o compromisso em qualificar a educação no Estado.
Os dois partilham a convicção de que é o futuro de toda uma geração que estará comprometido se o Estado passar mais um ano com as escolas fechadas:
— Em 2030, teremos a inversão da pirâmide demográfica. Seremos um país com mais velhos do que jovens. Essa geração que será o futuro do Brasil precisa se preparar para os desafios tecnológicos. Terá de aprender matemática, o que é muito difícil com aulas remotas, quando não se tem as condições adequadas.
Raquel se preocupa especialmente com os alunos de famílias de baixa renda, que não têm equipamentos e internet de boa qualidade para acompanhar as aulas, nem pais em condições de ajudá-los nas tarefas. Por isso, insiste que não há como esperar pela vacinação para reabrir as escolas:
— Sou a favor da prioridade aos professores na vacinação, mas temos de ser realistas. O Brasil não conseguirá universalizar a vacina tão cedo. A escola é um espaço que pode ser controlado, mais até que outros setores, de tal forma que se garanta a segurança dos professores e dos alunos.
A secretária cita um estudo feito pela Universidade de Zurique que analisou, durante 12 semanas, os casos de covid-19 entre a população de 131 escolas de São Paulo que funcionaram no ano passado e comparou com a de 131 que permaneceram fechadas. A conclusão foi de que não houve diferença. Raquel lembra, também, que estudos internacionais mostram que a população em idade escolar responde por 24% da população e só 2% tiveram covid em 2020.
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