A diferença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o antecessor, general Eduardo Pazuello, pôde ser percebida nos detalhes de sua passagem pelo Rio Grande do Sul. Foi a primeira visita de Queiroga a Porto Alegre e ele deixou boa impressão por onde passou, começando pela entrevista dada ao Gaúcha Atualidade antes de decolar em Brasília. Médicos que ouviram atentamente a entrevista gostaram da ênfase ao que é consenso na comunidade científica como eficaz no combate ao coronavírus: vacina, uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos.
Na entrevista, o ministro foi enfático na defesa da vacina como prioridade absoluta do Ministério da Saúde. Para conseguir acelerar o processo de imunização, Queiroga não só conta com os contratos já assinados, como espera ampliar o leque de ofertas. Mesmo com o avião prestes a decolar, estendeu a entrevista para além do combinado com a assessoria, de modo a reforçar a mensagem em defesa do uso de máscara.
Um dos seus méritos nestes primeiros 15 dias no cargo foi exatamente mudar os costumes no Ministério da Saúde da Saúde e no Palácio do Planalto. Desde que Queiroga assumiu, o presidente Jair Bolsonaro tem aparecido em público usando o acessório. A visita a Chapecó, na véspera, foi um exemplo claro da mudança: todos de máscara e respeitando o distanciamento.
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o ministro está se revelando mais político do que o antecessor. Foge de bolas divididas e e faz malabarismos para não entrar em atrito com Bolsonaro. Enquanto o presidente defende o chamado tratamento precoce, que não tem eficácia comprovada, o ministro limita-se a dizer que a prescrição de medicamentos é prerrogativa dos médicos.
Ao ser questionado sobre outro tema polêmico, a compra de vacinas pela iniciativa privada, saiu pela tangente. Disse que vai cumprir a lei e que a as empresa não concorrerão com o Ministério da Saúde, mas emendou que quanto mais se somar esforços para ampliar a vacinação, melhor para o país.
A agenda, inicialmente restrita ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), incluiu uma rápida visita ao Instituto de Cardiologia e ao Hospital de Clínicas, em claro sinal de aposta na política de bom relacionamento. No Conceição, onde almoçou e teve uma sequência de reuniões, Queiroga fez questão de visitar a UTI covid e uma ala de internação clínica, onde conversou com médicos e enfermeiros, em sinal de respeito aos que estão na linha de frente.
O superintendente do GHC, Cláudio Oliveira, formalizou o pedido de suplementação do orçamento de investimentos, para concluir o Centro Oncológico. O ministro foi receptivo. Pediu que Cláudio enviasse um relatório detalhado. Como já estava pronto, saiu com o documento, que agora será analisado pela equipe técnica e submetido ao Ministério da Economia.
Aliás
O cardiologista gaúcho Leandro Zimerman, amigo do ministro, foi convidado a integrar a comitiva e testemunhou a disposição de Queiroga para melhorar a comunicação e convencer os brasileiros do que é preciso fazer para conter a disseminação do vírus.
Ouça a entrevista de Marcelo Queiroga no Gaúcha Atualidade
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