A prefeitura de Porto Alegre decidiu não esperar pelo fim da pandemia para lançar seu programa de doações e adoções, que tem como foco envolver empresas e cidadãos na zeladoria da cidade. O lançamento do programa é uma das ações que marcam o 249º aniversário da Capital.
Não apenas as grandes empresas podem se engajar nesse movimento, mas qualquer cidadão ou associação de bairro que tenha algo a oferecer — de tinta para pintar um banco de praça a horas de trabalho para cuidar de canteiros ou cortar grama.
— Queremos fazer de Porto Alegre uma cidade colaborativa e despertar no cidadão o sentimento de pertencimento — diz a secretária de Parcerias Estratégicas, Ana Pellini.
Para executar o projeto foi criada a Unidade de Contratualizações Comunitárias, comandada por Pedro Menegucci, entusiasta da ideia de engajamento do cidadão. A primeira providência foi editar uma cartilha, já disponível no site da prefeitura, informando sobre todas as forças de colaboração.
Quando alguém manifesta intenção de colaborar, basta preencher um modelo de proposta simplificada disponível neste site e enviar para o e-mail apoiepoa@portoalegre.rs.gov.br.
A adoção, normalmente feita por empresas, é um processo de mais longo prazo. Envolve praças, parques, áreas verdes, pontes, rótulas. A doação pode ser feita por qualquer pessoa física ou jurídica.
Ana Pellini quer colocar em prática um projeto do tempo em que o prefeito Sebastião Melo era vereador. Trata-se do “prefeito da praça”, um cargo não-remunerado, para o qual o voluntário é nomeado no Diário Oficial. Essa pessoa vira uma referência para os vizinhos e faz a ponte com a prefeitura quando identifica um equipamento estragado, uma lâmpada queimada ou um serviço a ser feito.
No caso das empresas que adotarem espaços públicos, poderão colocar placa de propaganda como já ocorre hoje, e usar essa condição em seu material promocional. As pontes e as margens do Arroio Dilúvio são exemplos de espaços públicos que poderão ser conservados pela iniciativa privada, como já faz a PUCRS em um trecho. A universidade doou o projeto, que deverá ser replicado em outros trechos, e gasta R$ 100 mil por ano na conservação da parte que está sob sua responsabilidade.
Porto Alegre tem cerca de 680 praças, nove parques, mais de 11 mil logradouros, 180 canteiros, 36 rótulas e cerca de 780 fachadas de prédios públicos, entre outros espaços que podem ser qualificados com apoio de empresas e de pessoas físicas