O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em documento encaminhado à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, a deputada Luciana Genro (PSOL) solicitou a instauração de um processo disciplinar contra o deputado Ruy Irigaray. No domingo (14), reportagem do Fantástico, da RBS TV, mostrou suspeitas de que Irigaray teria utilizado servidores comissionados, pagos com dinheiro público, para fins pessoais, como reformar a casa de sua sogra. O parlamentar negou irregularidades e disse que ocorre uma disputa política no Estado.
No documento, Luciana aponta que, de acordo com as informações divulgadas na reportagem, o colega pode ter violado dispositivos de cinco incisos do Código de Ética Parlamentar e pede investigação da comissão. Caso o processo seja instaurado, uma das punições previstas é a cassação do mandato
O ofício de Luciana é destinado ao corregedor da Comissão de Ética. Atualmente, o cargo é ocupado pelo deputado Fernando Marroni (PT), que passará a ser presidente da comissão na próxima semana e designará um novo corregedor. O deputado escolhido será responsável pela análise do pedido de Luciana.
Entenda o caso
Reportagem do jornalista Giovani Grizotti, da RBS TV, mostrou que Cristina Nebas, uma ex-assessora de Irigaray, acusa o deputado de utilizar funcionários comissionados do gabinete na Assembleia Legislativa, pagos com dinheiro público, para fins pessoais, como a reforma da casa da sogra dele. A denúncia é endossada por outra ex-assessora do parlamentar.
Além dos depoimentos das ex-assessoras, vídeos, fotos e mensagens de WhatsApp apresentadas na reportagem indicam que o deputado também teria utilizado assessores do gabinete para as atividades de babá e empregada doméstica. A ex-assessora de Irigaray também relata a suposta existência de um sistema organizado de produção de fake news no escritório do parlamentar, com uso de contas falsas em redes sociais.
Contraponto
O deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) afirma que não houve irregularidades e diz que os seus assessores efetivamente trabalharam na reforma da casa de sua sogra, mas não durante o horário de expediente.
— Quando eles estavam contratados como assessores, eles executaram alguns serviços ao final de semana e durante a noite. Vamos buscar reparação judicial quanto a essas acusações falsas — disse o deputado, à reportagem do Fantástico.
Irigaray ainda nega as acusações de que determinou que sua ex-assessora realizasse, com dinheiro público, trabalhos domésticos para a família dele.
— Ela (a ex-assessora) se prontificou para fazer esse tipo de atividade. E, outra coisa, ela recebeu por isso, tá? Inclusive, se não me engano, ela ganhava R$ 100 cada vez que pegava e levava as meninas, quando a minha esposa fez uma cirurgia — acrescentou o deputado, também à reportagem da RBS TV.
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