A polêmica da hidroxicloroquina, medicamento “receitado” publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, chegou à prefeitura de Porto Alegre. Na entrevista coletiva em que anunciou o novo decreto sobre restrições a atividades em geral, o prefeito Sebastião Melo confirmou que a prefeitura vai fornecer o chamado “tratamento precoce”, que inclui hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e outras drogas, como zinco e vitamina D.
Melo não citou os medicamentos, mas disse que outros municípios fornecem o “tratamento precoce” e que ele é “prefeito de todos” e, portanto, a rede pública de saúde deve oferecer os produtos “se médico receitar e o paciente concordar”.
Embora não haja pesquisas comprovando a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento à covid-19, o medicamento é amplamente receitado no Brasil e usado por políticos que contraíram o vírus.
Em recente entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o secretário da Saúde, Mauro Sparta, foi reticente em relação à hidroxicloroquina, mas disse que era preciso analisar a situação com cautela, já que municípios que fornecem o “tratamento precoce” tiveram resultados melhores do que outros. Citou Carazinho, comparando com Passo Fundo, que não fornece a medicação.
No anúncio do decreto, Melo cumpriu o que vinha prometendo nos últimos dias: levantamento de todas as restrições em que a prefeitura vinha sendo mais rigorosa do que o governo estadual. A partir desta terça-feira (5), deixam de vigorar as limitações de número de clientes em supermercados, lojas, farmácias e outros estabelecimentos. Fica mantida, por exigência do decreto estadual, as restrições ao número de trabalhadores.
No Mercado Público, por exemplo, em que só era permitido 25% de ocupação, com um cliente por atendente, agora fica liberada a entrada dos consumidores, com a presença de 50% dos trabalhadores.
Parte das mudanças não tem qualquer efeito prático, caso do comércio não essencial (shopping centers, por exemplo), que podia abrir as portas das 6h às 23h. A partir de agora, não há horário definido para o início das atividades. Alguém consegue imaginar os shoppings abrindo às 4h ou 5h da manhã?
O novo decreto libera geral o funcionamento dos templos religiosos. Missas e cultos, antes limitados a 90 minutos, agora podem durar o tempo que seus líderes desejarem, ao longo de 24 horas. O prefeito reafirmou seu entendimento de que a ampliação da faixa de horário ajuda a evitar aglomerações.
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