O ano sabático que o ex-senador Pedro Simon vinha planejando desde que terminou o mandato, para refletir sobre a vida, não era um simples retiro à beira-mar, como está sendo desde março do ano passado.
Membro da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, Simon pretendia passar um ano em algum país da África, vivendo em um mosteiro e fazendo assistência social. Ofereceram-lhe a possibilidade de ficar hospedado na embaixada brasileira do país que escolhesse, mas ele recusou, alegando que não seria uma viagem de passeio. A pandemia o obrigou a ficar recluso em sua casa em Rainha do Mar. Foi lá que ele comemorou, com a família, os 91 anos completados neste domingo (31).
— Estou muito bem, de corpo e de cabeça — disse Simon à coluna, por telefone, com voz firme como no tempo em que se empolgava na tribuna.
Desde sábado (30), os telefonemas de cumprimento se sucederam. O filho mais velho, o deputado Tiago (na foto com o pai, a filha Isabela e o irmão caçula, Pedro) contou que Simon falou com vários senadores, defendendo a candidatura de Simone Tebet à presidência do Senado.
— Está intelectualmente ativo e vigoroso em sua percepção política. É um exemplo de luta. Não canso de aprender e absorver seus ensinamentos — diz Tiago.
Por causa da pandemia, Simon ainda não conhece pessoalmente os netos Pedro e Tomaz, filhos gêmeos de Tomaz, que nasceram prematuros com 1,2kg e ficaram um mês e meio na UTI neonatal. A expectativa é conhecer os meninos na próxima semana. Tomaz esteve em Rainha do Mar no fim de semana, mas precisou voltar cedo por causa dos bebês.
Apesar de estar no grupo prioritário para receber a vacina, o ex-senador Pedro Simon, 91 anos, não tem pressa. Diz que não quer furar a fila.
Para celebrar os 91 anos, do maior líder que o MDB já teve no Rio Grande do Sul, a equipe de comunicação do partido fez uma entrevista em vídeo, que pode ser conferida no site do partido. Nela, Simon diz que em toda a sua vida, desde os 13 para 14 anos, nunca conseguiu parar:
— Desde os tempos do Colégio do Carmo, lá em Caxias do Sul, quando eu era um gurizinho, baixinho, pequenininho, andava por lá, todo rasgado... Mas, de repente, teve um concurso de oratória e disseram para me colocarem para falar. E eu tirei o segundo lugar. Em primeiro, ficou o meu grande amigo Bisol (ex-senador José Paulo Bisol), que discursaria na Semana da Pátria. Mas ele acabou ficando doente e eu discursei. Comecei neste episódio e nunca mais parei (risos). Dali para frente, nunca soube o que era parar.