Na sexta-feira, quando o mundo tomou conhecimento da gravidade da situação em Manaus, com a falta de oxigênio, uma mobilização à margem do poder público incompetente brotou nas redes sociais por ação de voluntários que têm milhões de seguidores e usaram seu prestígio para pedir ajuda. Três deles, Whindersson Nunes (que na minha bolha pouca gente conhece), Gusttavo Lima e Felipe Neto, começaram uma campanha para ajudar a capital do Amazonas. Outros podem ter se mobilizado antes, mas o primeiro a entrar no meu radar foi Whindersson, que ia relatando em tempo real a resposta dos artistas dispostos a colaborar.
No primeiro post no Twitter, Whindersson (quase 20 milhões de seguidores no Twitter) escreveu: “Providenciando 20 cilindros de 50L de oxigênio para distribuir nas unidades de Manaus! Alo meus amigos artistas. Na hora de fazer show é tão bom quando o público nos recebe com. Arminho, né vamos retribuir????”. Na manhã deste domingo, o post já tinha 268 mil curtidas e 52 mil compartilhamentos.
A rede se mexeu. Cada um informava quantos cilindros de oxigênio estava disposto a bancar e o comediante relatava em seu perfil no Twitter. Marília Mendonca, Luan Santana, Paulo Coelho, Tatá Werneck... a lista é enorme e não para de crescer. Felipe Neto (12,8 milhões de seguidores) mobilizou os seus e a resposta foi imediata.
O problema era fazer chegar o oxigênio em Manaus, porque não é produto que qualquer avião possa transportar. Gusttavo Lima (13,7 milhões de seguidores) contratou um Boeing para mandar 150 cilindros.
Parte do dinheiro arrecadado por esses influenciadores foi para a compra de respiradores e outros equipamentos hospitalares. Está sendo emocionante ver a corrente crescer e se multiplicar, mostrando que as redes sociais não servem apenas para disseminar o ódio, como muita gente imagina.