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A manifestação do governador Eduardo Leite, depois de participar de reunião do fórum dos governadores com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não deixa dúvida: não contem com ele para dar palanque ao governador de São Paulo, João Doria, ou ao presidente Jair Bolsonaro em disputa política pela vacina para o coronavírus. Cada palavra foi medida para mostrar que confia na distribuição da vacina pelo governo federal, mas não deixará a população do Rio Grande do Sul desassistida se o plano A falhar.
Em pronunciamento de cerca de 45 minutos ao lado da secretária da Saúde, Arita Bergmann, Leite disse que o programa nacional de imunização do Brasil é “uma referência no mundo” e que “não faz sentido que cada Estado ou cada município estabeleça uma política própria" para a vacinação.
A crítica a ações isoladas remete, pela lógica, à iniciativa de Doria, que anunciou um cronograma próprio de vacinação com a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A vacina ainda não recebeu autorização da Anvisa, mas, de acordo com o calendário anunciado por Doria, a aplicação começará em 25 de janeiro — curiosamente o dia do aniversário da cidade de São Paulo.
O governo federal anunciou a vacinação a partir do final de fevereiro, com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica Astrazeneca. Está prevista a disponibilização de 100 milhões de doses do imunizante para o Brasil no primeiro semestre de 2021.
Leite fez questão de frisar que tanto a CoronaVac quanto a vacina de Oxford ainda precisam enviar documentos à Anvisa para que a aplicação seja autorizada e que o programa de imunização anunciado por Doria será efetivado apenas com o aval da agência reguladora.
— O calendário que o Estado de São Paulo apresentou não é necessariamente exequível se não houver autorização do registo da Anvisa — destacou.
No pronunciamento, o governador ainda criticou, sem citar nomes, a politização relacionada à gestão da vacinação contra o vírus, cujos principais expoentes são Doria e Bolsonaro.
— Talvez porque de um lado haja comunicação de menos e talvez porque de outras partes haja comunicação demais sobre esse tema, que deve ser enfrentado com caráter eminentemente técnico, e não político — avaliou.
Apostando as fichas na palavra do ministro da Saúde, Leite se disse satisfeito com a reunião por entender que, assim que aprovadas pela Anvisa, as vacinas serão destinadas aos Estados. Fez questão de citar, ipsis literis, uma frase de Pazuello durante a videoconferência: "Compraremos todas as vacinas certificadas pela Anvisa de acordo com a demanda".
O governador gaúcho justificou a confiança de que o ministério garantirá a imunização ao dizer que, apesar do posicionamento divergente entre os Estados e o Planalto em relação ao isolamento social, o órgão federal disponibilizou recursos, equipamentos e testes e habilitou os leitos de UTI solicitados pelo Estado durante a pandemia.
Ainda assim, garantiu que, se necessário, pretende adquirir diretamente a CoronaVac em caso de boicote do governo federal.
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