As curvas ascendentes de internações e o risco de colapso das UTIs, pelo crescimento acelerado das contaminações por coronavírus, não estão sendo suficientes para uma parte expressiva da sociedade gaúcha entender que é real o risco de colapso no sistema hospitalar. Ainda há tempo de salvar o Natal — do ponto de vista da saúde e da economia — , mas para isso é preciso que cada um faça a sua parte.
Para que o comércio possa seguir funcionando no período que antecede o Natal e a indústria e os serviços não tenham de parar outra vez, é preciso evitar aglomerações desnecessárias.
O mapa das bandeiras que indicam o nível de risco para o coronavírus no Estado veio mais uma vez pintado de vermelho, com exceção apenas para a região de Taquara. Não se trata, como sugerem os críticos do governador Eduardo Leite e de sua equipe, de uma brincadeira com lápis de cor.
Se o mapa está vermelho é porque todos os indicadores pioraram no Rio Grande do Sul e a relação entre leitos ocupados e leitos livres cai a cada semana, mesmo tendo mais que dobrado nos últimos noves meses. O sistema está à beira do colapso em várias regiões.
Em Porto Alegre, o modelo matemático usado pela prefeitura desde o início da pandemia, com base nas internações e na oferta de leitos, para acompanhar o risco de colapso, aponta para um dado preocupante. Se as internações continuarem crescendo na proporção dos últimos dias, a capacidade das UTIs na Capital — mesmo ampliada para os 383 possíveis, com alguns improvisos — vai se esgotar por volta de 11 de janeiro.
O número de pacientes em UTI em Porto Alegre subiu de 256 em 27 de novembro para 283 nesta sexta-feira, uma variação de 10,55% em sete dias. É para que não se tenha pacientes morrendo por falta de UTI que as autoridades da área de saúde estão pedindo que a população sacrifique o lazer e os encontros familiares por duas semanas. Se falta leito em uma cidade, é preciso transportar o paciente para outra. Dependendo da gravidade do caso, a viagem se torna de alto de risco.
Diante desses números, fica difícil entender os políticos que se juntaram aos produtores de eventos em em frente ao Palácio Piratini para protestar contra as medidas restritivas. Deputados e vereadores (um atual e uma eleita) do Partido Novo engrossaram a manifestação. Até a suspensão da posse festiva da diretoria do Instituto de Estudos Empresariais foi alvo de protestos, por atentar contra a liberdade.
Ainda que existam defensores do direito de se contaminar em uma festa privada, o espírito de coletividade recomenda que se tomem cuidados porque, se faltarem leitos, não será possível dar prioridade a quem se cuidou. Os prejuízos à economia serão inevitáveis se o sistema de saúde entrar em colapso.
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