Em diferentes momentos da sabatina sobre educação, realizada na tarde desta terça-feira (3), o prefeito Nelson Marchezan (PSDB) reafirmou a disposição de não ceder às pressões políticas e sindicais que considera a origem do conflito com os professores municipais. Até quando questionado se manterá o secretário Adriano Naves de Britto, caso seja eleito, o prefeito respondeu:
— Tem duas questões para ele se manter: primeiro, continuar com foco no aluno. Nossa prioridade é o aluno. Segundo, ter a coragem que ele teve até aqui de fazer o que precisa ser feito a bem do aluno, e não ter medo de retaliações políticas, partidárias, eleitorais, sindicais. Nós precisamos avançar a educação no Brasil inteiro a bem do aluno, e não a bem de sindicatos, corporações, partidos políticos, interesses eleitorais.
As sabatinas fazem parte de um projeto nacional do movimento Todos pela Educação. Em Porto Alegre, a parceria é com Zero Hora. São 30 minutos de questionamentos com foco na educação. O repórter Guilherme Justino, que participou da entrevista, resumiu os principais pontos em GZH.
Marchezan mostrou que domina o assunto, mas não tem a solução para os problemas. Sabe que o desempenho das escolas municipais no Ideb está abaixo do aceitável, conhece o tamanho do déficit de vagas em creches (6 mil) e tem na ponta da língua os números sobre repasse de recursos às escolas.
Quando questionado sobre o que fazer para que as crianças aprendam, titubeou. Indicou reforço no contraturno, em parceria com instituições comunitárias, a maior participação da família na escola, os novos critérios para a nomeação e manutenção dos diretores, mas atribuiu o baixo Ideb ao boicote das escolas nas provas de 2017 e 2019. Embora defina como prioridade zerar o déficit de vagas na educação infantil, o prefeito não deu prazo para acabar com a fila, caso seja reeleito.
Marchezan foi enfático ao rechaçar uma proposta cara aos liberais, de a prefeitura comprar vaga para alunos de escolas públicas em instituições particulares. Disse que prefere o modelo das escolas charters, como a Lumiar, e não vê sentido em tirar uma criança da vila para colocar em uma escola privada:
— A gente acredita em outro modelo, o de parceirização. A compra de vagas tem de ser a exceção da exceção, o último recurso para dar acesso à criança. Nós não acreditamos em comprar uma vaga para uma criança da periferia ir em outro bairro estudar. Nós acreditamos em trazer a escola do rico para a periferia. Esse é o caminho que deu certo. As crianças mais pobres precisam ter acesso às melhores escolas e isso se faz com escolas charters.
Próximas entrevistas
A partir da pesquisa de intenção de votos Ibope/RBS TV de 5 de outubro, foram convidados, além de Marchezan, também Manuela D’Ávila (PCdoB), José Fortunati (PTB) e Sebastião Melo (MDB). Melo foi sabatinado na última sexta-feira. Confira a agenda com as próximas sabatinas:
- Manuela D’Ávila (PCdoB) – 5/11, às 15h
- José Fortunati (PTB) – 6/11, às 11h
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