Jornalista formada pela PUCRS, colunista de Política de ZH e apresentadora do programa Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha.

Eleições 2020

Paim e Nagelstein tentam capturar o voto da direita alinhada com Bolsonaro em Porto Alegre

Os dois são os principais defensores do governo federal entre os 13 candidatos

Rosane de Oliveira

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Ederson Nunes / CMPA
Candidatos do PP e do PSD vão travar uma batalha particular pelos votos dos eleitores do presidente

Dos 13 candidatos que concorrem a prefeito de Porto Alegre, somente Gustavo Paim (PP) e Valter Nagelstein (PSD) assumem o perfil de alinhamento com a direita no campo ideológico. Os dois vão travar uma batalha particular pelos votos dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro, ainda que não planejem nada semelhante ao “Sartonaro” de 2018, quando o então governador e candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB) colou seu nome ao do candidato que acabaria vencendo a eleição presidencial.

Além de não ser original e de “Paimnaro” ou “Valternaro” soar estranho, os candidatos estão cautelosos em se associar ao presidente porque a pesquisa do Ibope mostrou que, em Porto Alegre, o governo dele tem os mesmos 50% de avaliação "ruim" e "péssimo" do prefeito Nelson Marchezan.

Neste início de campanha, Paim vai se mostrar mais afinado com o governo Bolsonaro, até por ter na coordenação do seu conselho político o senador Luis Carlos Heinze. Na primeira reunião do conselho, ficou definido que o candidato vai se posicionar como um homem de direita.

No dia 6 de outubro, logo depois da primeira reunião do grupo, Paim publicou em seu perfil no Twitter um post em que cita Bolsonaro: “Hoje fizemos nossa primeira reunião do conselho político da campanha, que vai ser coordenador pelo @SenadorHeinze. Queremos uma Porto Alegre mais moderna, afinada com as reformas que o presidente @jairbolsonaro está fazendo no país”.

Dos projetos de Bolsonaro, as escolas cívico-militares estão no programa de governo de Paim, para implantação em regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano da Capital. As três primeiras seriam na Restinga, Mario Quintana e Lomba do Pinheiro.

Coordenador de campanha de Nagelstein, o advogado Omar Ferri Júnior diz que o candidato “está num partido de centro-direita e suas ideias e projetos vão ao encontro da livre iniciativa”. Quando o PSD foi criado, seu fundador, Gilberto Kassab, dizia que o partido não era nem de esquerda, nem de centro, nem de direita, “muito antes pelo contrário”.

 — Não somos vinculados a Bolsonaro, nem o partido dele nem o do vice apoiam a candidatura do Valter neste primeiro turno, certamente no segundo teremos todo o apoio. Evidente que o Valter apoia este governo, que ao longo de dois anos não teve uma denúncia de corrupção,  as empresas públicas estão dando lucro e o Ministério da Infraestrutura, coordenado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, tem a melhor gestão dos últimos 30 anos  — elogia Ferri.

O PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu e do qual saiu por divergências internas, está formalmente aliado ao prefeito Nelson Marchezan (PSDB), mas dividido. O deputado Bibo Nunes, por exemplo, apoia Sebastião Melo (MDB). O PTB, integrante da base do governo, é o partido do candidato José Fortunati.

Com Ricardo Gomes (DEM) como vice-prefeito, Melo tenta avançar no território dos liberais, que em 2016 alavancaram a candidatura de Marchezan. O candidato do MDB tem apoio do PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão.

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