O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O cantor tradicionalista Baitaca fez um apelo para que candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais não utilizem paródias de suas canções em jingles eleitorais sem autorização. Baitaca é autor e intérprete de diversas músicas, entre elas Do Fundo da Grota, que ganhou projeção nacional no ano passado, caiu nas graças de cantores sertanejos de todo o país e se popularizou nas paródias utilizadas como músicas de campanha .
Baitaca manifestou o desejo em dois vídeos publicados em sua página do Facebook nesta semana e estendeu o pedido a candidatos de todo o país. No primeiro, postado na segunda-feira (28), o cantor solicitou que as músicas já produzidas com a melodia sejam retiradas do ar.
— Que fique claro, vocês (políticos) estão sabendo que eu não quero que ocupem (a música). Eu escrevi pela cultura gaúcha a minha composição, não para uma guerra política — declarou.
O assunto gerou repercussão nas redes sociais e muitas pessoas contestaram o artista, mencionando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permitiu a utilização de jingles de campanha na forma de paródia, sem a autorização do autor da obra original. O entendimento do STJ foi proferido na ação em que o deputado federal Tiririca (PL-SP) foi processado por aproveitar parte da música O Portão, de autoria de Roberto Carlos e Eramos Carlos, em sua campanha de 2018.
Na segundo vídeo publicado, nesta quarta-feira (30), Baitaca voltou a apelar para que suas composições não sejam empregadas na produção de jingles. Desta vez, o cantor disse que, após conversar com seu advogado, decidiu que os candidatos que já estão se valendo músicas produzidas com a melodia de sua obra devem procurá-lo para um "acerto amigável".
Procurado pela coluna, o artista disse que já identificou diversas versões de Do fundo da grota produzidas para campanha políticas e repetiu que os políticos que estão utilizando ou desejam utilizar suas músicas devem conversar com seu advogado para um acordo financeiro. O músico não quis divulgar o valor cobrado para ceder as canções.
— Se alguém pagar, não tem problema. De graça não vou ceder. O artista não vive de vento, vive do seu trabalho — justificou.
O cantor prometeu acionar judicialmente os candidatos que utilizarem versões modificadas de suas músicas sem consultá-lo e questionou a decisão do STJ que liberou as paródias:
— Aquilo foi uma decisão isolada, não é uma lei. A lei protege por 50 anos os direitos da composição, do arranjo musical e da melodia cantada.
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