Não é a oposição nem a imprensa quem está dizendo que não dá para usar dinheiro dos precatórios para financiar o programa social que ele chama de Renda Brasil e outros integrantes do governo de Renda Cidadã. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não usou a palavra “pedalada” na manifestação que fez nesta quarta-feira (30) para acalmar um mercado alarmado pelos sinais de que o governo flerta com a irresponsabilidade fiscal. Apenas reafirmou o compromisso com o teto de gastos e sepultou a ideia de empurrar para as calendas o pagamento de precatórios.
O ministro interrompeu uma apresentação de assessores sobre geração de emprego para falar do programa, mas não deu espaço para perguntas:
— Nós temos que aterrissar esse auxílio emergencial em um programa social robusto, consistente e bem financiado. Financiado, como é uma despesa permanente, financiado por uma receita permanente. Não pode ser financiado com puxadinho, por um ajuste, não é assim que se financia o Renda Brasil. É com receitas permanentes.
Guedes fez a manifestação um dia depois de o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, ter dito que adiar pagamento de precatórios para financiar o programa de renda básica seria, sim, uma pedalada.
Como a pedalada à moda Bolsonaro fez o dólar subir e a bolsa cair e ressuscitou os boatos sua possível saída do governo, Guedes entrou em campo. Não mencionou o uso de dinheiro do Fundeb — e aqui é preciso ficar atento porque a mordida incomoda os defensores da educação, mas tem a simpatia do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na terça-feira (29), Barros disse que o governo já tinha o apoio no Congresso para apresentar o programa nos moldes em que foi anunciado, usando vernas da educação e dos precatórios. E fez uma defesa apaixonada da legitimidade de usar essas duas fontes de financiamento.
Se depender do ministro da Economia, o governo juntará vários programas sociais para financiar o substituto do Bolsa Família, ideia que já havia sido descartada pelo presidente Bolsonaro.
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