Nas comissões parlamentares de inquérito, a tradição é a presidência ficar com a oposição a relatoria com o governo, ou vice-versa. Na comissão processante criada para conduzir o impeachment do prefeito Nelson Marchezan, a oposição ficou com os dois cargos e vai dar as cartas.
No popular, o prefeito levou uma rasteira. Seu representante na comissão de três membros, o vereador Ramiro Rosário (PSDB), foi escanteado. PTB e Republicanos fizeram um acordo e dividiram o comando. O vereador Hamilton Sosmeier (PTB) será o presidente e Alvoni Medina (Republicanos) o relator.
Aliados de Marchezan temem que o presidente e o relator tentem atropelar prazos para acelerar o processo, na tentativa de impedir o prefeito de disputar a eleição.
A intenção da defesa de Marchezan é chamar ex-governadores, ex-prefeitos e até ex-presidentes da República para testemunhar em seu favor, mostrando que é praxe usar recursos do Fundo de Saúde para pagar publicidade institucional.
O clima na Câmara é totalmente desfavorável a Marchezan. A abertura do processo foi aprovada por 31 votos a quatro e contou com o apoio de empresários insatisfeitos com as restrições impostas para tentar conter a disseminação do coronavírus.