Em qualquer lugar do planeta, reforma tributária é um assunto indigesto. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite e seu secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, têm pela frente a difícil tarefa de convencer pelo menos 28 deputados de que a proposta encaminhada à Assembleia Legislativa é mais palatável entre as três opções disponíveis. Ou, como o no dito popular, “ruim com ela, pior sem ela”.
Marco Aurelio e o subsecretário da Receita, Ricardo Neves Pereira, entraram em campo para tentar reduzir os focos de resistência.
O secretário diz que as opções seriam deixar tudo como está e ver a arrecadação encolher R$ 3 bilhões em 2021, aprofundando ainda mais o déficit e comprometendo os serviços públicos, tentar nova prorrogação das alíquotas majoradas em 2015 e renovadas em 2018 ou propor uma nova estrutura tributária.
O governo optou pela terceira opção, propondo desonerar o consumo e taxar o patrimônio. Até os deputados de oposição aplaudiram quando o governador explanou os conceitos. Bastou apresentar os projetos para que as críticas se multiplicassem.
— A pior coisa é continuar como está. Nosso sistema tributário é ruim, confuso, difícil de acompanhar com uma infinidade de alíquotas e isenções. E é socialmente injusto, porque pesa mais sobre os mais pobres — diz Marco Aurelio em defesa do projeto.