O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Com o índice médio utilizado para determinar as bandeiras do distanciamento controlado pior do que 11 regiões em bandeira laranja, a área de Taquara, no Vale do Paranhana, ficou com classificação amarela nesta semana. Conforme dados disponibilizados pelo governo do Estado, a região de oito municípios tem a sétima pior média entre os indicadores usados para o cálculo das bandeiras, atrás das quatro regiões em cor vermelha, de Palmeira das Missões e de Santa Maria.
A explicação para o caso está no decreto que estabelece o sistema de medição do plano, atualizado no dia 14 de junho. Em um dos trechos, a normativa estabelece bonificação às regiões que registrarem até três hospitalizações por coronavírus nos 14 dias anteriores à apuração dos números. Com a regra, Taquara, que deveria estar em bandeira laranja, passou para a amarela, já que registrou apenas dois casos de hospitalização.
"Serão classificadas na Bandeira Final imediatamente anterior à qual faria jus em razão do escore, as Regiões que, nos quatorze dias anteriores à apuração, tiverem registro de número igual ou inferior a três novas hospitalizações de pacientes confirmados para COVID-19", diz o parágrafo 1º do artigo 6º no decreto 55.309.
Conforme a assessoria do Comitê de Dados, o mecanismo é uma espécie de "trava", que permite a uma região ficar em bandeira menos restritiva mesmo quando outros indicadores estiverem em situação de alerta.
No caso de Taquara, os piores indicadores são relativos à macrorregião Metropolitana, da qual o município faz parte. Os indicadores específicos da região (variação semanal das hospitalizações e hospitalizações por 100 mil habitantes) estão na bandeira amarela.
Nas primeiras semanas do plano, a linha de corte dessa "trava" era maior (permitia até cinco casos em 14 dias), mas foi tornada mais rígida para ampliar o controle sobre a evolução da doença.
Também foi beneficiada com a regra, nesta semana, a região de Santa Rosa, no Noroeste do RS. Embora com índice menor do que Taquara no cálculo das bandeiras, a área também estaria na cor laranja caso o mecanismo não existisse.
Conforme os dados utilizados pelo governo do Estado, apenas a região de Bagé, na Campanha, teria números para ficar em amarelo sem o benefício.