De uma sugestão do deputado Gabriel Souza (MDB) nasceu uma das iniciativas mais importantes da Assembleia Legislativa neste ano: a oferta de internet para que alunos da rede pública estadual possam ter aulas à distância. Os deputados concordaram em abrir mão de mais R$ 5,4 milhões do orçamento do Legislativo neste ano para financiar a oferta de banda larga no celular de professores e de estudantes que estão sem aulas presenciais desde 19 de março. O dinheiro será liberado em parcelas, ao longo de 12 meses.
Nesta quarta-feira (13), Gabriel e o presidente da Assembleia, Ernani Polo (PP), acertaram com o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, detalhes do projeto, que servirá não apenas para os alunos terem aulas enquanto as escolas permanecem fechadas, mas para recuperar conteúdos que ficaram para trás.
A ideia de Faisal é que as aulas virtuais comecem na primeira semana de junho, sinal de que o governo já tem indícios de que não será possível reabrir as escolas no início do mês, como planejado. Questionado sobre a volta às aulas, o governador Eduardo Leite disse que está conversando com os representantes das instituições privadas e que deve anunciar novidades até a sexta-feira (15).
Como o Rio Grande do Sul ainda não atingiu o pico da pandemia e junho costuma ser um mês de frio, o que agrava as doenças respiratórias, é possível que a retomada das aulas presenciais seja postergada para agosto.
Nas próximas duas semanas, a Secretaria da Educação trabalhará no cadastramento das linhas de celular junto às quatro operadoras de telefonia que atuam no Estado (Vivo, Tim, Oi e Claro) e no treinamento dos professores. A transmissão do conteúdo será por meio do aplicativo Google Classroom (Google Sala de Aula, em tradução livre). A velocidade da conexão será de 50 Mbps (megabits por segundo). Alunos e professores terão apenas que cadastrar seu smartphone.
Para que as crianças e adolescentes não gastem o pacote de internet com jogos ou conteúdos inadequados, as operadoras têm condições técnicas de colocar travas que limitem o uso do às atividades escolares.
— Os educadores terão autonomia para escolher e priorizar os conteúdos, que serão novos. Infelizmente, não teremos tempo hábil para cumprir o calendário completo neste ano — disse Faisal, no encontro com os deputados.