O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Por unanimidade, o diretório municipal do PT em Porto Alegre aprovou resolução que indica apoio à candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB) à prefeitura da Capital na eleição de outubro. Com isso, será a primeira vez que o partido, que governou a cidade por 16 anos, entre 1989 e 2004, não encabeçará uma chapa para concorrer ao Paço Municipal.
O apoio a Manuela ainda precisa ser ratificado em um encontro do partido, no dia 28 de março, mas seu nome é aceito por todas as correntes da sigla e não deve encontrar resistência. Além do alinhamento ideológico, os petistas lembram que a ex-deputada aceitou abrir mão de disputar a presidência em 2018 para ser vice de Fernando Haddad.
— Para mim, é uma alegria e honra caminharmos juntos na próxima eleição municipal. Fico muito feliz que a direção municipal de vocês, de maneira unânime, encaminhe a minha indicação como nossa candidata à prefeita para a militância petista e para a frente de partidos de oposição à atual administração — agradeceu Manuela, no Twitter.
No encontro de março, o PT também indicará o vice da chapa. O posto é disputado pelo ex-ministro Miguel Rossetto e pelos vereadores Marcelo Sgarbossa e Carlos Comassetto. Com o apoio dos caciques da legenda no Estado, Rossetto é o favorito.
O secretário-geral do PT em Porto Alegre, Erick Kayser, diz que a opção por não apresentar candidatos significa um gesto político importante e inédito, já que o partido sempre disputou a eleição municipal e já venceu quatro vezes:
— Não é uma decisão fácil, o PT não terá o protagonismo da cabeça de chapa, mesmo sendo o partido de esquerda com maior densidade eleitoral em nossa cidade. Entendemos que este é um gesto de responsabilidade, é uma opção vêm de uma leitura do processo político no país e em nossa cidade, onde o desastre do governo (Nelson) Marchezan cobra, com urgência, uma unidade das forças de esquerda e democráticas para salvar nossa cidade deste atoleiro que estamos. Será uma situação inédita para o PT, mas acreditamos que através de uma boa e forte nominata de candidaturas a vereança e com o grau de unidade em nossa militância em torno do apoio ao nome da Manuela, nosso partido não terá dificuldades maiores na campanha e buscará sair fortalecido e renovado deste processo.
Decidido a indicar o vice na chapa, o PT praticamente descartou a possibilidade de realizar eleições primárias para a definição do candidato de uma frente envolvendo siglas de esquerda. Contudo, a resolução do partido insiste na manutenção de uma “mesa de diálogo” com outros partidos.
A postura desagrada o PSOL, que não está disposto a integrar a chapa sem a indicação do vice e deve lançar a deputada Fernanda Melchionna como candidata.