Correção: O Rio Grande do Sul teve três alunos com nota máxima na redação do Enem, e não nenhum, como publicado entre 16h43min e 18h25min de 17 de janeiro. O texto já foi corrigido.
Divulgado nesta sexta-feira (17), o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) parecia mais um sinal da fragilidade da educação no Rio Grande do Sul. No primeiro ranking informado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nenhum gaúcho aparecia na seleta lista dos que tiraram nota máxima (mil pontos). A informação estava errada.
Questionado pela coluna, a partir de reclamação da direção do cursinho Método Medicina, o Inep reconheceu que o ranking estava errado. O Rio Grande do Sul tem três alunos entre os 53 com pontuação máxima na redação. São 32 de mulheres e 21 de homens em todo o país.
Os gaúchos são Carlos Eduardo Immig, Guilherme Mendes Vaz e Laura Brizola, todos alunos do cursinho Método, o mesmo curso pré-vestibular que no Enem de 2018 teve a única redação nota mil, com a estudante Carolina Bonatto do Amarante . De acordo com os dados MEC, Minas Gerais foi o Estado que emplacou mais redações nota mil: foram 13 das 53. Em segundo lugar vêm, empatados, o Ceará e o Rio de Janeiro, que tiveram seis textos com nota máxima. Maior e mais rico Estado do país, São Paulo teve apenas quatro.
O tema da redação era relativamente simples: "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". A partir da informação equivocada do MEC, a coluna opinou que esse era um sinal da baixa qualidade da educação no Estado. Mesmo com três no topo da lista, o resultado deveria ser motivo de reflexão para integrantes dos governos estadual e municipal, dirigentes e professores de escolas públicas e privadas, pais e alunos.
Como explicar que até numa simples redação o Rio Grande do Sul, que tanto se orgulha das suas façanhas, tenha ficado para trás de estados mais pobres, como o Ceará? Ou que os três que tiraram nota máxima sejam alunos de um curso pré-vestibular e não alguém que aprendeu o suficiente na escola regular?
A resposta está na crise histórica enfrentada pela educação e que não tem relação com salários. Se assim fosse, as escolas privadas, nas quais os pais investem verdadeiras fortunas, deveriam estar, no mínimo, ensinando os alunos a escrever direito.
O próximo golpe na autoestima dos gaúchos virá quando saírem os resultados do Sisu, com o alunos de outros Estados ocupando as vagas mais disputadas nas universidades que optaram por esse método de seleção.
Os "estrangeiros" só não ocupam mais vagas na Universidade Federal de Ciências da Saúde (Ufcspa), por exemplo, porque alunos do Nordeste que teriam nota para entrar em seus cursos (Medicina, especialmente), acabam optando por ficar mais perto da família.
Confira o ranking de notas máximas:
Minas Gerais - 13
Ceará - 6
Rio de Janeiro - 6
Goiás - 4
São Paulo - 4
Rio Grande do Norte - 3
Rio Grande do Sul - 3
Distrito Federal - 2
Alagoas - 2
Pará - 2
Piauí - 2
Bahia - 1
Espírito Santo - 1
Maranhão - 1
Mato Grosso do Sul - 1
Paraíba - 1
Pernambuco - 1