Só se surpreende com o pedido de aumento de 11% na tarifa de ônibus de Porto Alegre quem fez ouvidos de mercador aos alertas que o prefeito Nelson Marchezan vem fazendo desde novembro do ano passado. As empresas apresentaram à EPTC um pedido para aumentar o preço da passagem de R$ 4,70 para R$ 5,20. Ou seja, quase três vezes a inflação de 2019.
Nesta quinta-feira (23), Marchezan disse à coluna que está discutindo alternativas, porque em nenhum lugar do mundo o usuário banca sozinho o valor da passagem:
— Vamos apresentar à Câmara uma proposta inovadora e estruturante. Em nenhuma área fomos medíocres. Não vai ser diferente com a mobilidade.
Em 21 de novembro do ano passado, a coluna publicou a advertência do prefeito com o título “Aumento das passagens de ônibus é bomba-relógio que precisa ser desarmada”.
Marchezan citava a queda no número de passageiros e o aumento dos insumos como a combinação que faria as empresas pedirem aumento acima da inflação. Bingo. No pedido de aumento de R$ 0,50 por viagem, as empresas alegam redução de 4,11% no número de passageiros e elevação dos preços do diesel e dos ônibus acima da inflação.
No ano passado, temendo uma convulsão social nas principais capitais com o reajuste da passagem no início de 2020, Marchezan e outros prefeitos foram a Brasília em busca de socorro federal. Alertaram os presidentes da Câmara e do Senado, falaram com ministros e apresentaram sugestões para evitar que toda a conta caísse nas costas de quem depende do ônibus .
Além do peso do aumento da tarifa, já que nenhuma categoria de trabalhador teve reajuste salarial próximo de 11%, não se pode ignorar o componente político para alimentar futuros protestos: 2020 é ano eleitoral.
Nesta quinta, Marchezan se reuniu com o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Pedro Henrique Poli de Figueiredo, para debater alternativas para contenção do aumento.
O prefeito expressou a Figueiredo a preocupação com o pedido de aumento e apresentou iniciativas em discussão pela Secretaria Extraordinária de Mobilidade Urbana, que trabalha na nova proposta de remuneração dos serviços de transporte coletivo. O conselheiro do TCE avaliou as alternativas apresentadas como "extremamente válidas".
Nasce o segundo filho de Busatto
Um dia depois de apresentar o balanço das finanças da prefeitura de Porto Alegre, que comanda com mão de ferro, o secretário da Fazenda, Leonardo Busatto, saiu de cena para curtir a licença-paternidade.
Às 21h40min de terça-feira (21), nasceu Rafael, segundo filho do secretário e de sua mulher, Vanessa. Os dois já são pais de Bernardo, que fará dois anos em abril. Rafael, nasceu no Hospital Moinhos de Vento, com 3,825kg e 52,5cm.
O bebê é neto do ex-secretário estadual da Fazenda Cézar Busatto, que morreu em agosto.