Com a iminente saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL, os quatro deputados estaduais eleitos pelo partido em 2018 precisarão decidir se permanecem na legenda ou se migrarão junto com Bolsonaro para a nova agremiação.
Mais votado do Estado em 2018 e líder da bancada do PSL na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Luciano Zucco seguirá o presidente e irá para a nova sigla, cujo nome pode ser Partido da Defesa Nacional.
— A ideia é organizar um novo partido e receber pessoas de outras siglas que apoiam o presidente. Já recebi contatos de alguns deputados demonstrando interesse — afirma Zucco, sem mencionar o nome dos colegas.
A exemplo de Zucco, Vilmar Lourenço também deixará o PSL para integrar a nova legenda bolsonarista.
— Enquanto não for criado (o novo partido), não posso migrar porque perco o mandato, mas permaneço fazendo a politica comandada por Jair Bolsonaro. Mas assim que esse novo partido for criado, eu vou com certeza — garante Lourenço.
Atual secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, o deputado Ruy Irigaray não pensa em deixar o PSL para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro, de quem foi um dos primeiros aliados no Rio Grande do Sul. Irigaray é pragmático:
— O mandato não é meu. É do partido. E mesmo que o partido me desse uma carta autorizando a saída, o suplente, que foi eleito na coligação, poderia reivindicara cadeira na Justiça.
Irigaray está convencido de que quem diz que vai acompanhar Bolsonaro em outro partido não conhece a legislação e corre o risco de ficar sem mandato.
— Isso de sair quando bem entender vale para quem tem cargo majoritário. Presidente, senador, governador, prefeito.
O outro integrante da bancada, Aparecido Macedo, não quis responder à coluna, mas, de acordo com Luciano Zucco, também deve permanecer no PSL. Macedo é ligado a Nereu Crispim, único dos deputados federais gaúchos que permanecerá no partido.
— Eu não tenho nada a declarar — desconversou Macedo, por telefone.
Rompido com o PSL, o deputado federal Bibo Nunes aguarda pelo processo de expulsão, mas não tomará a iniciativa de sair enquanto não encontrar uma janela legal, para não correr o risco de perder o mandato.
A lei só prevê a possibilidade de sair sem perder o mandato quando o parlamentar migrar para um novo partido. A criação da agremiação o exige o cumprimento de uma série de requisitos, a começar pela coleta de quase 500 mil assinaturas, o que pode levar Bolsonaro a pegar carona em alguma das siglas cujo processo tramita no Tribunal Superior Eleitoral.
Com a permanência de Irigaray, pré-candidato do PSL à prefeitura de Porto Alegre em 2020, Zucco tentará viabilizar seu nome para disputar a sucessão de Nelson Marchezan. Ele diz que está disposto a concorrer, mas somente se receber o apoio dos colegas da nova legenda bolsonarista.
— Pelo PSL não concorro. Não tenho corrupto de estimação.